Tecnocast 156 – A disputa pelo TikTok

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Ah, gente.

Eu acho que as pessoas estão desesperadas demais com privacidade.

Eu parto de um princípio simples:

Eu consumo os serviços das empresas de forma gratuita. Em troca, tenho que dar algo de valor: dados.
Dou meus dados, confiando quem a empresa vai tratar ele bem. Sei que vai vender, mas espero que venda pra algo/alguém minimamente decente.

Posso estar errado, mas é assim que enxergo.

Se você está na Internet, ficar paranoico com privacidade não é a solução. :man_shrugging:

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Gostei da arte de capa, “inspirada” por uma cena antológica do filme Predador kkkk. Simboliza bem a queda de braço entre Trump e China.

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Tem várias coisas pra desempacotar quando falamos de privacidade.

No seu princípio simples, por exemplo, como você sabe se o valor dos dados que você está dando em troca vale o serviço que a empresa oferece?
Quando você paga com dinheiro, você sabe o quanto está pagando, sabe os valores (monetários) envolvido na transação. E quando a troca são os seus dados? É capaz que você nem saiba quais dados você está dando em troca do serviço em questão. Claro, tem o famoso “termos de uso”, mas vira e mexe sai notícia de empresas sendo acusadas de coletar dados que não deveriam.

Isso é só um ponto. Tem vários outros que variam de acordo com o ângulo que você debate.
Dá pra discutir a dicotomia privacidade×comodidade ou privacidade×segurança ou privacidade×direito. Dá pra discutir privacidade e Estado ou privacidade e empresas ou privacidade e sociedade.
Cada um desses vai ser um debate um pouco diferente.

Sei que quem não se importa vai ignorar isso, mas eu sugiro darem uma lida nos artigos ou livros do Daniel J. Solove. Apesar de muitos trabalhos dele ser baseado no direito dos EUA, ele tem argumentos em prol de uma maior proteção da privacidade que são globais.

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Vi muita gente usando o filme interativo do Netflix como objeto de comparação com streaming de jogos quanto ao caso de bloqueio da Apple, mas não acho válido.

A interação no jogo, em grande parte dos games atualmente ocorre entre usuários nos jogos multiplayer, no caso do Netflix essa interação é apenas com conteúdo.

Outro ponto, a classificação indicativa de conteúdo de games e filmes ou séries também é feita por diferentes entidades nos EUA. Determinam faixa etária, grau de violência, utilizando elementos comuns, mas outros distintos.

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Como falei, não esquento com isso.

Desde muito antes da invenção dos apps, sei que meus dados eram coletados, e muito mais do que se era anunciado.

Se eu fosse me preocupar com isso, nunca teria tido conta em banco, pra começar.

Ilusão achar que pouco ou nenhum dado seu está nas mãos de empresas, seja online ou offline.

Tudo que eu faço, é torcer que a empresa esteja fazendo bom uso dele.

E, sabendo como o mundo funciona, existem alguns serviços/apps que sequer uso.

Tem que se procurar com privacidade, mas não virar paranoia.

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São níveis de preocupação, além do debate sobre o quanto de dados as empresas e órgãos realmente precisam coletar.

Tem gente que acha que coletam demais, tem gente que acha que coletam o suficiente, tem gente que não se importa com a quantidade de dados coletados.

E isso estamos falando das empresas e órgãos que coletam “com” consentimento ou oferecem algo em troca. Tem aqueles que coletam sem consentimento algum (como o Facebook fazia com quem acessava sites que utilizam o botão pra compartilhar o conteúdo no Facebook) ou utilizam dados para um fim quando foram disponibilizados para outro (como a Clearview AI, por exemplo).

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Exato… Enquanto meus dados apenas servem pra um algoritmo me mostrar propaganda, não vejo problema algum. Me preocupo mais com a publicidade do meu salário (sou servidor, então só entrar no portal da transparência de onde trabalho que vai saber o quanto eu ganho e até o quanto é descontado do meu salário para fins de pagamento de empréstimo consignado) do que o Google saber que eu procurei um produto X e ficar me mostrando propaganda dele.

Tem gente que é bitolado nisso, como se o CPF do cidadão não tivesse a uma busca de distância, lá escancarado em alguma publicação de um cartório ou de um edital de concurso público. Ou como se um monte de gente que ele nem faz ideia não tem acesso ao número do telefone dele ou do e-mail que pegou de outra pessoa.

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O problema é que quantos mais dados eles coletam agora sem estarem em cheque, mais fácil vai ser para eles usar os seus dados pra outros fins no futuro. Por exemplo, não há necessidade de coletar seus dados biométricos para fins publicitários, mas saiu lá a notícia de app coletando esses dados.
Fora a possibilidade real de vazamento desse monte de dados.

Em suma, alguns chamam de paranóia, eu vejo basicamente como o velho ditado “melhor prevenir do que remediar” em ação.

Sobre a questão do banimento do xCloud da App Store (no qual acabou escalonando no caso da Epic Games com seu Fortnite), é aqui que as águas esquentam. Eu entendo e até concordo com a regra máxima de “se a plataforma é minhas, eu faço as minhas regras, então se não gosta, vaza”, mas acredito que isso começa a ser abusado quando os termos de serviço tendem a capar suas decisões FORA do “escopo iPhone”.
Nesse caso do xCloud ou até mesmo do Spotify e do Kindle, porque eu tenho que ser impedido de usar serviços que, tecnicamente, não dependem de um iPhone pra funcionar? Isso tende a ser uma versão mais agressiva da Apple querer fazer estender seu ecossistema a todo custo, e é por isso que a revolta acaba tomando estas proporções.
Céus, isso chega ao ponto da Apple impedir serviços básicos, como por exemplo a autenticação em 2 etapas da conta da Apple à aqueles que possui um dispositivo com iOS ou macOS. Tipo, qual é o sentido disso? Por isso, não me surpreende essa raiva rábida contra a empresa. Seria o clássico “você é livre pra fazer o que quiser, mas não significa que você deveria”.

Para esse caso e tantos outros mais de jogos por streaming, vejo uma solução bem simples.

Criar um novo serviço, Game Center, que seria um hub para todos esses serviços em um lugar só. Com uma única inscrição de 4.99 daria acesso ao Arcade e os demais serviços concorrentes (mediante assinatura individual), como é o TV+.

Fica bom para todo mundo. A Apple infla sua base de serviços e as concorrentes ficam livres dentro daquele cercadinho.

Tenho assinatura do Apple Arcade por conta dos joguinhos casuais, que minhas filhas amam jogar no iPhone, iPad e no MacBook, especialmente o “Sneak Sasquatch”. Tenho também notebook com Windows 10, mas não me interessei em assinar o XBox Game Pass (mencionado no episódio mais recente do podcast Hit Kill) porque, mesmo sendo barato, os jogos gratuitos que têm por aí já satisfazem meu interesse por jogos casuais (além de ter assinatura do Arcade). Vejo uma segmentação nesse mercado demandando uma assinatura diferente para cada plataforma. Assim, vejo os usuários de Android como o público potencial do Google Stadia, com os fanboys da Apple no Arcade e os proprietários de console XBox no Game Pass.

Correção: “Sneaky Sasquatch”
Zoeiras na surdina
RAC7 Games

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