Sentimos falta de uma internet que não existe mais

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E o sentimento de que isso não existe mais soa ainda mais doloroso se a gente der ênfase justamente nesse sentimento de desbravação que a velha internet tinha, aonde era um terreno fértil para nós, que éramos jovens, um tanto rudes, mas com o espirito de desbravação afiado.

E citar os algorítimos e discussões inflamadas por ideais mostra perfeitamente como a internet mudou e este sentimento não é único perante plataformas que já se foram, tais como o Orkut. O que mais vejo em lugares como o YouTube e a velha guarda do Facebook e Twitter é gente dizendo que tudo anda tóxico e voltado a consumo e engajamento.

Sabe, a melhor analogia que vi comentarem sobre o tema é que essa internet raíz era que nem o Velho Oeste: uma terra aonde tudo ainda não tinha sido desbravado, uma terra de oportunidades aonde, claro, permitia muita coisa escrota e duvidosa, mas também permitia um nível de liberdade para se expressar e criar que nunca havia sido vista. Mas aí a “civilização” chegou, trazendo suas redes sociais, algoritimos e monetizações, que por mais que isso inevitavelmente tenha trazido o progresso em como interagimos com a web, a internet comandada pelas corporações e com mais influência do Estado acaba por sufocar o apelo que quem viveu aquela época pode usufriur, enquanto tentam a todo custo dizer que esse é o novo “next big thing”. Coisas como metaverso, criptos e NFTs, e todo esse conceito de “tangibilização” da internet visto recentemente não me deixa mentir.

Engraçado que falando disso me lembra de uma fala marcante de Dutch van der Linde, de Read Dead Redemption (um game de Velho Oeste que coincidentemente foi lançado no fim dessa época áurea da internet), que acaba sumarizando esse sentimento:

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Acho que a Motorola não pensou na última frase da matéria quando lançou o Razr 2019 hahah

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