"Raspberry Pi" da Asus será usado no Brasil em 30 mil validadores de ônibus

1 curtida

Quando o assunto é melhorar o sistema de cobrança dos passageiros, as empresas de ônibus estão na vanguarda. Agora pergunte se elas tem interesse em fornecer dados de geolocalização abertos para aos aplicativos de mobilidade (Moovit, Maps, Cittamobi) para que os passageiros, SEUS CLIENTES, possam encurtar o tempo de espera no ponto de ônibus ao saber precisamente que hora um ônibus vai passar?
Aqui em Brasília, essa mesma Prodata passou anos travando a liberação dos dados de geolocalização dos ônibus da Expresso São José (uma das maiores empresas de ônibus daqui), mesmo com uma lei determinando que esses dados são públicos. Queria receber duas vezes: pelo rastreio da frota e pela disponibilização pública dos dados.

7 curtidas

Enquanto for um monopólio garantindo pelo Estado, dificilmente as empresas vão querer se mexer para implementar melhorias que não estejam na licitação, e como você relatou, até neste casos elas dão um jeito de postergar ou tentar ganhar ainda mais em cima.

1 curtida

Desculpe e com todo o respeito, mas não tem nada a ver com monopólio.

Monopólio é quando só uma empresa pode operar, bem diferente de outras empresas não poderem entrar porque simplesmente não se qualificam ou mesmo não tem grana pra suportar uma operação complexa. E a licitação entra exatamente para definir critérios mínimos de qualidade. Do contrário, as empresas iriam transportar pessoas em pé em ônibus com carroceria pra transportar carga.

Basta observar que antigamente vc tinha inúmeras empresas que faziam as mesmas rotas, tudo isso num contexto de licitação. O que houve foi a quebra, compra e incorporação de várias empresas de transporte, justamente porque é um setor complexo, que depende de ganho de escala para se manter de pé. Hoje o que se tem são conglomerados (Itapemirim, Gontijo etc). Outras empresas não entram porque é um setor consolidado e que depende de escala, e não por causa da licitação ou de monopólio.
O mesmo está acontecendo com o setor aéreo. Vira e mexe aparece uma outra aventureira, mas a gente sempre acaba no combo Gol / Latam.

Alternativamente eu poderia dizer que a falta de fiscalização, contratos rígidos, justiça eficiente e gestão política também contribuem para que os serviços públicos fiquem assim. Porém, como a probabilidade de todos esses problemas serem resolvidas por parte do Estado serem mínimas, acho que o ideal seria abrir o mercado e deixar a iniciativa privada resolver através da competição.

Então, o transporte público é justamente assim, quem ganha a licitação tem direito de exclusividade sobre toda a operação do setor naquela área. É por este motivo que uma startup não pode criar um “Uber de ônibus, trem ou metrô” por exemplo.

Acho bem pouco provável que uma empresa séria faça isso, mas supondo que seja possível, se você optou voluntariamente a pagar e usar um serviço assim, você também deve sofrer com as consequências, algo que já acontece com quem usa as vans, ônibus e moto-taxis “ilegais” já presentes na nossa realidade.

Apesar de bem regulado, o setor aéreo é diferente do transporte público, pois qualquer um pode abrir uma empresa e conseguir as licenças para operar as rotas que desejar. Num cenário de dinheiro abundante, a empresa poderia até construir aeroportos próprios e assim criar destinos novos exclusivos.

É óbvio que empresas consolidadas e conglomerados tem mais chances de sucesso, mas por ser aberto, pelo menos qualquer um pode tentar a sorte, como a Azul fez e hoje se consolida como 3ª opção dos passageiros.

Na esperança que seja o modelo apresentado pela RMTC em Goiânia, em teoria a implementação era para 2020 mas a pandemia parou tudo. A poucas semanas parece q o projeto voltou, estão alterando as máquinas que fazem a cobrança, máquinas essas que operam com gambiarras adicionadas desde por volta do ano 2000. Agora prometem pagamento por NFC de cartão de crédito e já está em teste a validação em 2 etapas, com biometria facial para garantir que o usuário é o dono do cartão (atualmente só funciona para o passe livre de idosos)
Já devem fazer uns 20 anos que em Goiânia os ônibus não tem cobrador, mas desde essa mudança, quase que só gambiarras aconteceram, nenhuma atualização.

1 curtida

Em São Paulo capital a SPTrans tem aberto a geolocalizacao dos ônibus, inclusive tem uma API aberta que o usuário pode programar aplicativos. Depende da prefeitura colocar ou não geolocalizacao no contrato de licitação dos transportes. É ela quem regula o serviço e pode exigir do concessionário. Inclusive você pode baixar uma planilha de custos dos transportes, onde você tem dados de custo de manutenção para justificar o valor da tarifa. Mostrando o que cada linha de ônibus arrecada e seus valores de custo. Tenho inveja da SPTrans neste aspecto. Na minha cidade Barueri-SP, não temos tudo isso, mas temos pelo menos a geolocalizacao.podemos saber onde está o ônibus e estipular melhor o trajeto. Falta melhorar a bilhetagem do sistema. Nosso cartão é muito caro e inseguro. Mas é o que temos.

É incrível a SPTrans, temos aberto na Net até como o AVL funciona. Da pra saber se o motorista fez a viagem corretamente, se ele partiu no horário, que trajeto fez e o AVL que é o computador do motorista tem um chip de celular, a SPTrans pode falar por voz ou escutar o motorista se preciso for. Caso ocorra um sequestro por exemplo.
A velocidade dos ônibus é limitada a 50km/h Eletrônicamente. Mais segurança.

1 curtida

Concordo com vc, mas no caso do transporte público a gente cai naquilo de empresas como a Buser e a Uber só quererem a cereja do bolo. Daí a gente deixaria essas empresas operarem só em rotas e linhas lucrativas e as outras licitadas - que dependem das linhas e rotas lucrativas para manterem a operação em locais deficitários - no prejuízo? Como essas concessionárias iriam explorar regiões deficitárias se outras estão levando só o filé?

A licitação permite a livre concorrência entre empresas. A exclusividade de uma concessão é característica de um setor que tem áreas lucrativas + deficitárias (energia elétrica, água, esgoto são outros exemplos). E as empresas que participam de uma licitação precisam executar o que está no edital. Não podem simplesmente abandonar uma região porque ela dá prejuízo na operação. O monopólio oriundo dessa concorrência na licitação nada mais é do que a segurança jurídica que se originou de uma concorrência. Do contrário, nenhuma empresa iria participar de uma licitação sabendo que a qualquer momento uma empresa alheia à licitação pode chegar e entrar em regiões pontuais do sistema (as que geram lucro).

Fazem. E se deixar, fazem pior inclusive. O problema não é a concessão em si, mas a fiscalização da execução do contrato.

Não entendo muito de setor aéreo, mas esse cenário não existe. Tanto é que empresas aéreas novas tem dificuldade em entrar no filão do setor (ponte aérea RJ/SP), e ficam anos operando rotas não lucrativas à espera que alguma empresa “morra” para conseguir slots de voos nesses aeroportos. Mas aí é outro esquema porque, se não me engano, o transporte aéreo não se enquadra no que se chama de serviço público, o que, na prática, quer dizer que uma empresa aérea pode simplesmente abandonar ou não cobrir uma determinada região por achar que não compensa. Isso não pode acontecer em serviço público típico, como é o caso do transporte público urbano. O mesmo acontece com a telefonia. Vivo e Oi são concessionárias em suas áreas de atuação. Como foi definido no passado, que telefone era serviço essencial, elas eram obrigadas a levar telefone aos lugares mais ermos (com critérios definidos na concessão). Diferente do que a GVT (permissionária) era, que só levava telefone e internet pra onde ela achava que compensava. A essência do serviço público é ser universal, dê ele lucro ou não. E dificilmente vc terá concorrência em serviço público, a não ser que haja uma mudança estrutural e no consumo do que se tinha antes, como foi o caso da telefonia, com o advento da internet, celular etc.
A não ser que as pessoas passem a andar mais de ônibus do que de carro (como aconteceu na massificação da internet e dos celulares), dificilmente o transporte urbano será um “mercado” atrativo a várias operações sustentáveis e lucrativas. Prova disso é que no mundo todo os governos precisam complementar o valor da tarifa técnica porque ninguém aguentaria pagar o custo integral de uma passagem de ônibus/metrô.

1 curtida

Basicamente “canhão pra matar mosquito”. Um Raspberry Pi Zero (W) com um shield desenvolvido pra ter eMMC e demais funcionalidades que um leitor desses precisa faria igual por uma fração do valor. MAS como é destinado ao transporte público é claro que vão colocar algo superdimensionado e ainda por cima vão superfaturar. Uma placa da Asus custa em torno de R$ 600 (sem impostos). Agora multiplique isso por 30.000 unidades e inclua todo o resto que inclui criar a solução de leitura em si e instalar nos ônibus e terminais.

Apesar de eu ser do time “superdimensionar sempre”, nesse caso em específico em que estamos tratando de um sistema especialista (basicamente só serve pra uma coisa) novamente acho que é muito hardware pra pouco uso.

Aqui na cidade (Londrina-PR), eles disponibilizam a localização quando você faz a consulta direto pelo site, mas não disponibilizam no Maps, justamente para não abrir os dados.

A fundação que projeta o raspberry não tem interesse em ser uma grande fornecedora comercial, o foco deles é na pesquisa e educação, então dificilmente vão fazer as modificações pedidas pra atender uma empresa dessas.

E nesse mercado não se tem muitas empresas de nome pra fornecer esses computadores embarcados no Brasil, por isso faz bastante sentido o uso desse asus mesmo ele sendo mais potente do que o necessário e mais caro.

so que isso nunca foi um raspberry pi, isso é um tinker board.

Não é modificar o RPi e sim criar um HAT pra ele. Falei shield mas o nome mais correto é esse. Raspberry Pi HATs, pHATS & GPIO | The Pi Hut

Um técnico em eletrônica estudando um pouco desenvolveria algo facilmente nesse sentido. E se você encomendar na China as 30.000+ unidades ainda sai uma pechincha. E mesmo na questão da RPi Foundation não fornecendo essa quantidade, ainda assim o projeto é aberto e pode ser replicado.

Então sim, é muito hardware e muito “investimento” pra pouco uso. Só que aqui no BR sabemos como é lidar com a coisa pública de uma forma geral.

Não quer dizer o nome da empresa? Mas eu digo. O nome é prodata. Ela também trabalha aqui no Recife. O grande Recife consórcio de transportes tem parceria com ela nesses validadores. Por sinal aqui temos a parceria com o cittamobi para verificar o tempo de espera dos onibus e também compra de créditos para os cartões. A ponto certo também é outro app para compra de créditos. Fora que a cittamobi tá implantando outro validador em algumas linhas onde a compra dos créditos é através do seu app com aproximação do celular com nfc.

Rapaz, o Cittamobi aqui em brasília é péssimo. Os pontos de ônibus ficam marcados em locais errados, pontos novos há anos não aparecem e só mostram linhas de empresas parceiras deles nesse validadores. É triste.

E o custo de desenvolvimento quem paga? os problemas burocráticos de importação e homologação na Anatel?

A empresa quer uma solução simples e com suporte, não vejo outras fabricantes fornecendo isso.

2 curtidas

Pelo montante que vai ser implantado, os custos são mínimos. Como disse anteriormente, um técnico em eletrônica desenrola algo assim facilmente. A empresa (se tivesse interesse, claro), desenvolveria a solução, poderia registrar e ganhar royalties licenciando.

Burocracia de importação: os despachantes estão aí pra isso.

Desenrolar com a ANATEL: isso é feito uma vez. Nada de absurdo ou complicado. Não mudando o projeto, não precisa se preocupar com nada relacionado.

Reiterando: a empresa não faz porque não precisa. Venderam a solução do jeito fácil e mais caro. Como é pro setor público, superfaturam, multiplicam por 30.000, lucro absurdo garantido. Fora a garantia de ter acesso ao rol público e poderem vender ainda mais. Eles não tem interesse em ter uma solução simples, eles tem interesse em lucrar. De preferência bastante. Como é o trouxa do contribuinte de impostos quem vai pagar a conta, azar se custa R$ 1.000 ou R$ 10 a unidade.

A maioria das empresas de ônibus que conheço são privadas, então não é o contribuinte que está pagando por isso.

Indiretamente pode ser que seja porque o que não falta é subsídio para empresa de ônibus urbano.

1 curtida