Transporte público nunca será prioridade em qualquer cidade do Brasil, uma vez que a maior fonte de arrecadação de ICMS dos estados vem da venda de combustíveis (=gasolina). Logo, governante nenhum vai desincentivar o uso de transporte particular, pois geraria queda de arrecadação a médio e longo prazo.
Somado a isso, tem o fator de o transporte público ser visto como uma “prestação de favor” pelas empresas, pois mesmo diante da precarização e do descumprimento de cláusulas contratuais de prestação do serviço (atrasos, manutenção, falta de cortesia, desconforto etc) elas têm garantido o subsídio para o caixa fechar no fim do mês. Portanto, não investem em ferramentas que cativem o usuário (ar-condicionado, veículos confortáveis e GPS), pois sequer veem o passageiro como um cliente. Além disso, as obras viárias consomem um absurdo de recurso para privilegiar o transporte individual.
Aqui em Brasília a empresa Marechal deveria ter renovado toda a frota até o final de 2023. Descumpriu reiterados prazos, chegando ao absurdo de ter o contrato renovado com a condicionante de renovar a frota. Ou seja, as demais cumpriram a renovação e ela foi “penalizada” com a mesma renovação de contrato. Detalhe: disse que só iria conseguir trocar todos os ônibus em 2026.
O que eu tinha pra falar André já trouxe. É péssimo ver isso, a baixa qualidade dos transporte é algo que reduz muito a qualidade de vida das pessoas, o tempo vai passando e nada é feito, e continuamos pagando por essa conta o que torna pior.
Pensar que a São José era a mais cotada pra levar um pé na bunda
Renovaram contrato, trocaram parte da frota, a que restou ficou para Brazlândia, era alvo de chacota por causa do carros quebrando ao longo do trajeto
Enquanto a marechal teve a cara de pau de pegar carros que só rodavam no centro da capital e colocar na Ceilândia/ Taguatinga, e o que restou, tá ficando pelo caminho
Outro exemplo de lugar com transporte público horrível é o entorno do DF
Taguatur deve ter carro na frota com 12 anos ou mais, sempre lotados
Aquelas cooperativas que fazem as linhas Ocidental/ Céu Azul/ Luziânia, só tem sucata
E a passagem nada barato pro bolso do afegão médio.
No estado do RJ acontece algo semelhante. Sempre reclamo na ouvidoria do Detro pelas péssimas condições dos ônibus, o que já rendeu algumas multas para as empresas. No dia que venceu o prazo para que toda a frota estivesse com ar-condicionado, fiz nova reclamação, e no dia seguinte recebi a resposta de que o prazo havia novamente sido prorrogado. Sempre assim, acaba o prazo e prorrogam, e prorrogam, ad aeternum.
Aqui em SP quase toda a frota já tem ar condicionado, GPS e tomada USB. Inclusive já estão colocando elétricos no lugar
Aqui na Região Norte do país, a situação do transporte público é ainda pior. Macapá, que tinha uma frota de mais de 200 ônibus antes da pandemia de COVID-19, chegou a ter apenas 35 no ano passado. Na região metropolitana de Belém, a frota de ônibus também reduziu bastante nos últimos anos e os ônibus estão mais velhos, o que vem gerando reclamações dos passageiros.
E estão com todos os ônibus com GPS ativado. Achei que fosse morrer sem ver isso acontecer.
Porém, os ônibus que eles compraram são mais estreitos e com uma suspensão que deve ser feita de concreto armado. Mas, né? Melhor que quebrando pelo caminho e sem saber quando vão passar. Não dá pra ter tudo.
Não é nada inesperado o resultado. Ônibus na minha cidade está custando quase 6 reais, enquanto que, dependendo do local, Uber faz o mesmo percurso por 1/3 do tempo por 15, no máximo 20 reais. Individualmente, o custo marginal de trocar uma viagem de ônibus por uma de Uber é pequena e vale o aumento do benefício marginal. Agora, se tiver mais de uma pessoa, o custo do Uber quase vira o custo do ônibus para cada uma das pessoas que vão dividir a viagem, valendo absolutamente a pena pegar um Uber ao ônibus.
Matéria com time impressionante, eu depois de 14 anos utilizei o serviço de ônibus aqui em Fortaleza nesta segunda-feira e vi o quanto o sistema ainda permanece precário, sem nenhum conforto e higiene.
Agora o interessante são que as empresas de transporte lutam para cortar comodidade e benefícios em troca da melhoria do atendimento ou redução de preço, e quando conseguem elas não cumprem o combinado e saem ilesas disso.
Aqui em Fortaleza retiraram dos ônibus a pessoa responsável por receber o dinheiro e passar o troco, o famoso trocador, em troca da melhoria do transporte e a inclusão dos ar-condicionado em todo o transporte. Resultado os ônibus estão tudo do mesmo jeito e ainda mais com a dificuldade de receber a taxa em dinheiro, pois agora é só em cartão. Quando entrei no ônibus eu tinha esquecido esse pequeno detalhe, tive que pedir para descer e o motorista foi que disse que iria receber o meu dinheiro
Lembro também do fim do despache da bagagem aérea.
Todos eles prometeram a redução do valor das passagens e no fim tiraram o beneficio e o conforto (e empregos) e pra zombar da cara dos usuários ainda aumentaram os valores.
Pra ser justo, teve fatores externos (dólar subiu). E acho que corrigido pela inflação as passagens aéreas caíram mesmo.
Agora, transporte público anda mesmo uma lástima no geral. A minha cidade sequer tem (mas é do tamanho de um ovo, 13 mil pessoas). Caxias do Sul também decaiu bastante a qualidade, mas não posso falar com propriedade por que faz algum tempo que não ando por lá. E olha que a frota de Caxias é relativamente nova (acho que em torno de 5 anos de média, e toda equipada com GPS).
Tem o lado dos motoristas também. Não sou um, mas vejo vídeos de motoristas de aplicativo (tanto Uber quanto 99) nas plataformas, em uma unanimidade de reclamação com relação ao custo repassado. Enquanto pro passageiro uma passagem hipotética de 5km custa 12 reais, o motorista só recebe metade disso (na realidade não é exatamente metade, mas pra simplificar, estou considerando que 50% fica pro app). À primeira vista, parece ser suficiente os 6 reais que ficam pro motorista, mas a conta não fecha: o custo de combustível só tende a aumentar, os custos com manutenção idem, além de que muitos carros nem são próprios do motorista, portanto há um gasto com aluguel mensal que não é nada barato (não sai por menos de 2500 pelo que cotei uma vez). E se o carro é “próprio”, tem o IPVA, licenciamento e seguro DPVAT, além de um seguro adicional. O motorista, em grandes e médias cidades, passa constantemente pelo receio de roubos, trafega por ruas esburacadas (gerando manutenção constante do veículo), além de passageiros que nem sempre respeitam o veículo alheio (batem porta, sujam, etc). Passageiros que mandam (como se fosse escravo ou mordomo) o motorista esperar vários minutos, fazendo o motorista perder tempo com um mesmo passageiro. Ah, e se o motorista tiver algum problema com o veículo ou com a corrida, talvez porque o passageiro deu o golpe do Pix ou mandou “jogar pra próxima corrida”, as plataformas não dão suporte algum, isso se o motorista conseguir falar com um ser humano em um atendimento automatizado.
Todos esses problemas enfrentados pelos motoristas tem gerado um dilema, cuja tendência é a saída de motoristas das plataformas e/ou encarecimento dos valores conforme a demanda aumenta. Não há uma solução fácil pra isso, porque a plataforma também tem seus custos (hospedagem, servidores, etc), mas se botar na ponta do lápis, o maior custo tem sido o do motorista.
O metrô ainda funciona razoavelmente bem (estou desconsiderando as panes das linhas Esmeralda, Diamante, Vermelha, etc.) em São Paulo.
Mas ônibus em qualquer lugar do país é muito sucateado. Mas isso é interesse politico, não vai mudar tão cedo.
A conta nunca fechou, mas no começo conseguiam manter bancados com dinheiro de investidor. Agora chegou a hora de tentarem fazer dinheiro antes da água bater na bunda.
A solução de longo prazo seria…os poderes públicos investirem em aplicativos e modernização dos táxis.
Aqui em Vitória-ES desde 2019 as empresas passaram a trocar os ônibus por modelos com ar condicionado, Wi-Fi abordo e GPS para monitorar no aplicativo a estimativa que irá chegar no ponto de ônibus. Foi também colocado em prática o bilhete único e pagamento de tarifa por Qrcode. Possui 4 modelos elétricos porém tem previsão de adquirir mais, juntamente com os convencionais de ar condicionado e motorização Euro 6.
Eu como motorista te garanto: não chega sequer perto disso. Taxa do Uber fica em torno de 20%, outros apps ficam na casa dos 10% ou até menos.
É que tem alguns motoristas sacanas que pegam uma corrida isolada que a “taxa” ficou em 50% e espalham por aí como se todas fossem assim (a taxa é variável). Corridas que o aplicativo recebe menos do que o motorista ganha (e é bem comum), por exemplo, não mostram.
Eu sinceramente? Tô pouco me lixando qual é a taxa. Se me pagar um valor descente por km ou por tempo, pode “cobrar” 99,9% (e detalhe que geralmente nas corridas que pagam melhor, a taxa é maior). O que importa é o quanto fica pra mim. A taxa quem paga é o passageiro, não o motorista.
O problema mesmo é que a tarifa tá congelada há anos. Carro dobrou o valor (e com isso levou seguro, manutenção e imposto junto). Combustível então nem se fala e o valor que recebemos é o mesmo desde 2019.
E sabe o que é o pior? Possivelmente aumentar a tarifa pro passageiro não iria diminuir o uso dele. Direto eu vejo passageiros dizendo que aceitariam pagar mais se conseguissem carro mais rápido. Mas parece que os aplicativos não conseguem entender isso e ficam brigando por preço ao invés de brigar por qualidade.
Teve alguma melhora com iniciativa como o 99 negocia? Inclusive acho que falta algo semelhante na Uber
Teve sim. O tempo de espera por motoristas diminui bastante. Aqui tá até difícil aparecer corrida no 99Pop, maioria é pelo Negocia mesmo.
Vi esses dias que o Uber tá testando um modo parecido já, mas ainda não chegou pra mim.