Meu Deus, mas as pessoas venderem suas íris por 700 reais… coitado, se aproveitando dos pobres.
Resta saber o que farão com os dados, pagar 600 lula coins é algo bem grande
Um dos fundadores da World ID é também um dos fundadores da OpenAI e atual CEO, Sam Altman.
A OpenAI foi uma das principais responsáveis pelo “AI Boom” que estamos vendo hoje em dia. O advento e publicação do ChatGPT mudou o rumo dos eventos globais, fazendo com que as IAs ganharassem quase como uma onipresença (isto é, hoje em dia está quase impossível não encontrar IA, até certas escovas de dente tão vindo com IA…).
A World ID “supostamente” vem pra resolver um problema: “como provar que um agente cibernético é humano?”. Uma solução para um problema que nem precisaria existir em primeiro lugar. Um problema, em grande parte, criado por eles próprios!!
Mas não pára por aí. Antes do ChatGPT e das IAs “modernas”, já existiam os Captchas, uma forma de discernir a atividade humana da atividade automatizada, mas que também serviram para ajudar naquilo que juravam combater: treinar a atividade automatizada. Principalmente o reCAPTCHA, da Google: quando um humano seleciona “os quadrados que contém um semáforo” ou “todas as imagens que contém uma bicicleta”, ou então digita “números da imagem” que claramente são de um endereço de residência, no fundo, está ajudando a treinar robôs, drones e carros autônomos.
O reCAPTCHA é, portanto, um “crowdsourcing” do treinamento de IAs.
Dito tudo isso, volto pro ponto principal: a coleta de íris da World ID. Se a World ID é, tal como um Captcha, um “crowdsourcing” pra, no fundo, levar ao maior treinamento para IAs, podemos nos perguntar “no que a íris humana ajuda no treinamento de IAs?”.
Aí a gente lembra que eles estão tentando fazer robôs humanóides, desde o Atlas da Boston Dynamics até àquele robô humanoide da Tesla que foi visto servindo cafézinho num evento (sim, por trás haviam humanos controlando-os remotamente, mas não tira o fato de que eram robôs, com toda mecânica e funilaria envolvida).
A OpenAI assimilou a realidade global, incorporando a quase-onipresença das IAs em quase todos os aspectos da vida online e até offline.
Entra, aqui, minha especulação: e se a OpenAI está pensando em fazer o mesmo para a parte mecânica/robótica, fazer robôs se tornarem onipresentes no mundo? Mas precisariam ser bem parecidos com o ser humano, a ponto de se tornarem indistinguíveis… A ponto de você ver alguém andando na rua e não saber se é uma pessoa ou (literalmente) um robô, de tão parecido que seria: pele artificial, movimentos “humanizados”, até mesmo portando trejeitos, fala natural…
…E os olhos! Como dizem, “os olhos são a janela da alma”,e como diz a música do Gilberto Gil, o “cérebro eletrônico” tem “olhos de vidro”. Como realmente imitar olhos humanos? Aliás, como imitar todo um funcionamento genético? Sim, porque por trás da complexidade dos traços da íris estão, entre outros fatores, fatores genéticos. Imitar a Natureza nesse sentido requer uma quantidade absurda de amostras de íris.
No fim, talvez – especulação minha – esse seja um dos principais propósitos por trás da World ID: angariar uma enorme base de dados biométricos para imitar a genética e fazer um thispersondoesnotexist.com para robôs, tornando-os quase onipresentes em nossas vidas diárias (e depois vindo com outra solução para outro problema que criaram, criptomoeda baseada em amostra de sangue ou de DNA talvez?).
Edit: Lembrando que existe uma robô com cidadania (e vale ressaltar, a Sophia, com cidadania, tem mais direitos que muito ser humano lá na Arábia Saudita), então minha especulação não parece tão absurda considerando isso.
O povo que faz estardalhaço pela “venda” da biometria da íris é o mesmo que informa o CPF no caixa da farmácia. (Leiam sobre) e tem todos os dados disponíveis nos paineis de dados, para acesso de qualquer interessado em pagar por volta de 30 reais. São os mesmo que tem a biometria digital e facial cadastradas na portaria do prédio onde trabalha, no relógio de ponto, nas várias contas bancárias que possui e, quando o iPhone tiver biometria por íris, vai cadastrar na hora, sem pestanejar assim que abrir a caixa! A diferença é que cedem tais informações “privadas” de graça.
Colega, somos o país que o Serasa vaza dados de todo mundo e vende serviço de monitorar vazamento de dados…
Enfim… Não que justifique um absurdo com outro.