Unidade computacional lenta por falta de uso?

Olá pessoal!

Há algum tempo que não tenho lidado mais com hardware, mas tenho uma pergunta que há tempos não consigo encontrar uma lógica para responder: como uma unidade computacional pode simplesmente perder sua eficiência por falta de uso?

Explico: por volta de 2011, uma empresa na qual trabalhei adquiriu um servidor rack para suas operações, um Dell Poweredge R210 II, processador Xeon e tal, pra uso em pequenas empresas. Cerca de 1 ano depois, a máquina funcionava de vento em polpa, contudo infelizmente a empresa faliu. O dono da empresa recolheu todo o mobiliário e deixou guardado por alguns anos, até que um dia eu fiz uma visita pessoal a ele, e resolvemos “ressucitar” a máquina pra recuperar algumas coisas. Desde a falência até minha visita, essa máquina nunca mais foi ligada. Então tecnicamente não tem nenhum software que tenha sido instalado ou alguma configuração feita que possa deixar o sistema mais lento. Só que quando fui ligar, literalmente ligamos depois do café da manhã, tinha chegado o horário do almoço e ainda não tinha sequer chegado na área de trabalho do administrador!

E um caso mais recente, tenho em minha casa dois notebooks com exatamente a mesma configuração, um Core i5 7ª geração, SSD de 256 GB, um com 8 e outro com 16 GB de RAM. Um deles é de uso pessoal meu, e outro fica com minha esposa. O dela roda tudo rapidamente, como é de se esperar, mas o meu, fiquei há mais de um mês sem usar, e nesse fim de semana, quando precisei dele, demorou uns 5 minutos pra abrir um programa que antes levava no máximo 30 segundos. E antes de levantar as perguntas triviais, não, não tem nada mirabolante instalado, já tinha desativado alguns serviços que não estavam sendo usado, até a indexação do Windows foi desativada. Aí só depois de umas “chacoalhadas” o bicho resolveu acordar.

Já não é a primeira vez que pego essa situação, até mesmo quando pego um celular, intermediário que seja, mesmo formatando, ainda permanece extremamente lento pra fazer qualquer coisa, quando na mesma premissa.

Eu até esperaria esse tipo de comportamento quando estamos falando de um veículo automotor, que quanto mais tempo ficar parado, mais problemas apresentarão, visto que ele tem diversos itens mecânicos e orgânicos, como borrachas, fluidos e líquidos. Mas de um computador? É basicamente um conjunto de chips, no pior dos casos o que tem de mecânico seria o HD e a ventoinha do processador.

Não estou tentando consertar alguma coisa, apenas tentando buscar uma resposta para essa teoria. Se alguém tiver uma teoria para isso, comente!

Eu até poderia colocar isso como a famosa teoria da obsolescência programada, mas a coisa se degrada sem ter sido usada, então não faz sentido isso.

Computadores degradam também com o tempo.
Talvez a lubrificação das ventoinhas tenha endurecido ou evaporado e piorado seu desempenho, talvez tenha pó na máquina criando aquecimento extra?
Fora que sistemas operacionais modernos provavelmente vão tentar fazer verificações e manutenção em plano de fundo, e deixar tanto tempo parado vai ter alguns processos rodando por causa disso (verificar updates, otimizar SSDs, indexar arquivos, etc).

É válido dar um clear CMOS pra evitar qualquer configuração que estava zuada na BIOS. Certa vez meu PC perdeu parte das configurações da BIOS, única explicação que acho válida foi a bateria já morrendo e talvez corrompeu parte dos dados, já que carregar as configurações anteriores só fez o PC morrer completamente até limpar a BIOS.

E se possível conecta outro dispositivo de armazenamento e faz uma instalação limpa do sistema, ou roda um live Linux.

Esses dias inclusive coloquei pra funcionar um PC de 2004, devia tá parado uns 8 anos ou mais. Única coisa que fiz foi trocar a memória RAM que estava defeituosa, ligou sem problemas e não notei diferença no desempenho. Péssimo pra qualquer sistema moderno, mesmo um Linux, mas voa com Windows XP.

Ia comentar exatamente isso, quanto mais tempo passa mais tarefas de manutenção vão ocorrer ao mesmo tempo, normal o sistema demorar um pouco mais pra ligar, mas nunca tive nada absurdamente demorado.

Ah, esqueci de um pequeno detalhe na história do servidor que contei: a máquina foi ligada totalmente offline, então qualquer tentativa de baixar atualizações seria frustada. Até deixamos a máquina aberta pra ver o que rolava, dei uma limpada nela mas não resolveu (mexer com hardware de servidor rack é muito legal, como é um tipo de gaveta, é só apertar um botão e ele já libera todo o acesso ao HW dele).

Quanto ao notebook, como mencionei antes, eu desativei a indexação, e ambas as máquinas estão sob as mesmas condições, inclusive estão na mesma bancada.

penso que essa deterioração seja pela falta de uso, do mesmo jeito que acontece com outras maquinas, robôs e os próprios seres vivos, componentes elétricos precisa de eletricidade para a própria manutenção, se não o tempo destrói

tem essa reportagem da adrenaline de 2015 que fala que em uma pesquisa foi verificado que SSD após um tempo sem uso ele começa a perder dados, isso deve aplicar ao seu servidor e notebook

Caramba, “isso a Globo não mostra” :rofl: :joy:

Interessante saber dessa observação sobre os SSDs. Sobre o notebook, sim, é SSD também, mas o estranho é que em apenas um mês parado ele já apresentou esse comportamento, o que, pra mim, isso é ridículo (e inaceitável)! Eu esperaria isso do servidor, ainda daria um desconto por usar disco mecânico.

Agora… Pra memórias e arquivos de longo prazo que não quero perder, mas também não quero ficar morrendo todo mês pagando pra deixar no computador dos outros (aka. armazenamento em nuvem), hoje, em pleno 2022, o que seria mais indicado? Continuar nas guerreiras medievais fitas DAT?

Além do desgaste mecânico que o Everton falou, existe a possibilidade do desgaste químico. Corrosão e pasta térmica seca são dois exemplos. Claro que isso não explica tudo, mas são fatores a se considerar.

A solução que vai requerer menos preservação de hardware específico para acessar os dados provavelmente vai ser cópias em multiplos HDs e/ou SSDs e ir criando novas cópias conforme os discos vão falhando.
Se quiser gastar menos, mas ter restrição de hardware, disco ótico (CD-R, DVD-R e BD-R) é uma boa opção, com validade média de 10 anos pra mais (segundo as fabricantes, em condições ideais deveria segurar os dados por 100 a 200 anos, mas sendo realista, deve segurar por no máximo uns 30 anos nessas condições, que seria 25C e 50% de humidade). O problema é que pode ser que fique difícil encontrar disco virgem daqui a alguns anos, e disco virgem também tem data de validade (geralmente 5 anos), então pode não ser uma opção de longuíssimo prazo.

kkkkkkkkkkk

concordo, um mês é bem pouco para dar problema, e nem acredito que possa ser isso no caso do seu notebook.

kkkkkkkkkk

os mais indicados hoje em 2022… kkkkkk eu recomendo as tecnologias mais antigas para guardar dados a longo prazo, pendrive, HD mecânico e CD (CD tem vida de 40 a 200 anos, mas não recomendo por ser muito propenso a danificar e é difícil encontrar de qualidade)

Tem pessoas que prefere um NAS ou computador transformado em um do tipo, aqui na comunidade tem duas pessoas que guarda assim: darth e Felipe_Silva

Mas no caso do pendrive, não cairia na mesma premissa do SSD? Eu não tenho “tempo” pra testar (claro, não dá pra guardar um arquivo hoje no pendrive e esperar uns 10 anos pra ver se ainda funfa pra decidir hahahahhaa), no momento eu gravo as “memórias” em um HD externo, desacoplado totalmente do mundo online, e arquivos fiscais e financeiros na AWS via S3 Glacier, já que não é tanto em questão de GB’s. Já pra fotos complica um pouco, pq não dá pra simplesmente gravar no Glacier e querer gerar gastos desnecessários fazendo restore de arquivos de lá, às vezes quero ver alguma foto antiga, aí é bem inconveniente armazenar dessa forma.

A solução mais tosca, mas que seria a única “garantia” de que não vai ferrar por conta de dispositivo de armazenamento zoado é voltando no tempo, imprimindo todas as fotos e guardando em álbuns hahahahahaha

O complicado de usar NAS é que ainda acaba gastando energia só pra manter ele ligado :-/

Mas pensando bem… Se um pendrive conseguir armazenar por tanto tempo assim, talvez seja uma saída interessante.

pendrive, não uso para 10 anos, acho arriscado, no máximo 5, mas não guardo coisas extremamente importantes, mas uso o backup do backup, então dá na mesma coisa

o que gosto mesmo do pendrive é que ele é pequeno e tem muitas poucas chance de danificar, jogou em uma caixa, ele morre lá, e o pendrive é universal. Entrada USB-A tem em tudo.

E outro motivo, é que vi uma reportagem de um mulher que perdeu um pendrive no quintal, depois de 5 anos achou, embaixo de chuva e sol, ainda funcionava.

O melhor para mim, é o HD, o problema é que não tem redundância, e a nuvem tem. Se você faz vários backups em dispositivos diferentes, cada dispositivo corrige os problemas/defeitos/pecados dos outros.

Eu acho que o preço que vc vai pagar por um equipamento (HDD ou qualquer que seja) em redundância, pra não ter perdas, o armazenamento em nuvem acaba sendo mais vantajoso.
O Office 365 Personal aparece sempre em promoções onde 12 meses de 1TB sai por menos de R$ 100,00 (você pode inserir até 5 chaves ao mesmo tempo na conta, totalizando 5 anos de tranquilidade).
1 HDD interno de mesmo tamanho está por volta de R$ 260,00.
Comprando 2 HDDs você paga o mesmo que 5 anos de nuvem, com a vantagem de poder acessar onde quiser e ter a redundância sem se preocupar de fazê-la manualmente.

Ou ainda, se não precisar de tanto espaço ou não quiser o OneDrive, tem o Google One, 100Gb sai por R$ 70/ano, o que dá quase 8 anos dos HDDs.

As vezes tu lidou com tanto computador mais rápido que desacostumou com a velocidade do que tu considerava rápido…

Se eu olhei corretamente, o processador mais rápido compativel com esse R210 já é mais lento que o que tem no PC que eu estou usando no momento. (FX-6300)

Sim, mas vc não considerou um detalhe: estava falando de uma máquina de 2011 em… 2011. Claro que qualquer smartwatch de hoje é mais rápido que isso, mas precisamos considerar a época que nos referimos. Nesse caso, foi questão de uns 2 anos desde quando foi desligado e ligado de novo. Então mesmo tendo novas gerações de processadores, ainda assim não justifica tamanho travamento.

Tu chegou à rodar algum software de diagnóstico, benchmarks e etc para testar? Abriu para ver o estado interno? Poeira se acumula mesmo com o PC desligado. E dependendo de onde se acumula, ferra. Exemplo: coolers, dissipadores, etc. Pasta térmica seca. Se estava mal armazenado ou se foi mal transportado pode ter dado algum problema nas conexões… Etc.

Mas de qualquer forma, quanto aos notebooks… provavelmente Windows Update. Aproveita que esse caso é recente, pega os dois e corre benchmarks neles. CrystalDiskMark, GeekBench, etc… também roda o CineBench em loop pra ver se algum deles não está aquecendo muito mais que o outro.

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