Uber: projeto no Rio prevê indenização ao passageiro por corrida cancelada

Não sou motorista de nenhuma plataforma e, neste zoológico chamado Brasil, enquanto eu puder escolher, jamais serei. Pois, atender público nunca deve ter sido fácil na história, mas acho que com o desmoronamento quase total de sociedades profundamente mal educadas intelectual e moralmente como a brasileira, os problemas decorrentes da atividade multiplicam-se por mil.

Posto o acima, essa questão tem dois lados:

  • cliente: de fato é terrível ser feito de trouxa por um “João Ninguém” que fica brincando de “Tinder” no app da Uber até achar o seu “match”, enquanto você torra no sol. Todo tipo de sentimento te pega nessa hora e, depender desse troço pra compromisso acaba sendo uma loteria.

  • motorista: como muitas cidades brasileiras têm gravíssimos problemas estruturais e sociais, é óbvio que, para a integridade física e emocional do motorista, ele tenha a tranquilidade de cancelar corridas sem ser penalizado por isso.

E pra finalizar, fico me perguntando se o estado/cidade do Rio de Janeiro não tem quaisquer outros problemas pros caras legislarem sobre. Será que está tudo tranquilo e esses políticos só tem essas coisas pra debater?

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Por um lado a Lei é interessante e puniria os motoristas pula-pula, que trabalham em mais de um aplicativo, pegam uma corrida no aplicativo X, de repente aparece uma melhor no aplicativo Y e eles cancelam a que já tinham pegado. Isso é bem comum, inclusive.

Mas aí entra a questão que o motorista é livre pra escolher a corrida que quer fazer. Não se pode punir porque ele escolheu fazer uma corrida melhor em detrimento de outra.

Enfim: o certo eram as plataformas incentivarem mais os motoristas por fidelização. Até existe um programa de vantagens que se você mantêm os índices altos você tem benefícios e tal mas é coisa dispensável no final das contas.

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Hoje, se o passageiro cancela a corrida, o dinheiro nem sempre é devolvido, e mesmo nos casos onde é possível devolução (antes de um determinado horário-limite pós-aceitação por um motorista), o dinheiro não estorna na hora, significando que o passageiro terá que pagar duas vezes.

Entre os motivos de um passageiro cancelar a corrida estão o da demora por parte do motorista e o passageiro tem um horário pra cumprir, ou o motorista que aceitou está mais longe que o local onde Judas perdeu as botas.

Existe, também, uma terceira situação, que falo por experiência própria: um dia tava no supermercado e solicitei Uber. Não tinha feito uma compra gigantesca, mas era bom usar o porta-malas para transportá-la. Depois de aceitar e percorrer um tanto, o motorista mandou mensagem no chat perguntando se era mercado, respondi que sim, daí ele disse que o carro dele era GLV e portanto não tinha porta-malas e disse pra EU cancelar. Esperinho, porque ele demorou pra mandar a mensagem perguntando, significando que eu ia pagar pela corrida sem consumí-la. Obviamente, não aceitei essa condição, falei que ele quem tinha que cancelar se ele não queria me levar, aí depois de um bate-boca por texto ele cancelou.

Mercado, inclusive, é algo onde isso acontece muito: o motorista aceita a corrida, vê que é mercado, pula fora, daí o próximo motorista que aceita faz a mesma coisa, e deixa o passageiro se lascando com o peso das sacolas. Nem sempre a região/cidade do mercado tem a modalidade “Mercado”, assim sendo, como se supõe que o passageiro deveria fazer? Pegar uma vassoura e sair voando com a compra?!

Muitos mercados só oferecem entrega acima de um determinado valor (exemplo: R$250 em compras) e você comprar só 6 litros de leite não dá o valor, fica complicado levar à pé, e o motorista do Uber fica com preconceito “por ser mercado”. Pior é quando é atacadão, onde geralmente as pessoas vão pelo preço mais baixo que um supermercado normal. Atacadão não é necessariamente sinômimo de compra grande, às vezes o indivíduo só foi comprar seis litros de leite lá, porque está mais barato que no supermercado…

É verdade, tem o táxi, que muitas vezes igualmente faz as pessoas de gato-sapato pegando a pior rota possível pra computar no taxímetro (principalmente se perceber que é uma pessoa de fora da cidade). Ah, sim, o ônibus circular… se tiver (por exemplo, EMTU em Sampa), tem a catraca pela qual a pessoa precisa se virar nos 30 pra erguer as sacolas pesadas e passar, e boa sorte se estiver com criança de colo ou tiver problemas de coluna.

Até entendo o lado da Uber e de motoristas no sentido da liberdade individual (principalmente dos motoristas) e, sim, o motorista tem liberdade individual de escolher se vai fazer uma corrida ou não… o carro é dele, afinal. PORÉM, o motorista NÃO deveria ter liberdade de fazer as pessoas de gato-sapato, cancelando a corrida depois de aceitar e dar a falsa esperança ao passageiro de que finalmente teria uma carona pra voltar pra casa. Ou aceita ou não aceita.

Mas no fim, é aquela coisa: um joga a batata quente pro outro, ninguém assume o B.O. (nem a corporação “livre mercado”, muito menos o Estado, porque essa proposta de lei nada faz para melhorar o transporte público), o motorista defende seu “senhor do Engenho” (Uber), e quem sofre é o indivíduo na ponta dessa briga que não tem carro pra levar suas compras.

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Tem o cancelamento por preconceito com o local de partida, também. Por exemplo, como mencionei no meu comentário anterior, motorista que aceita, vê que é mercado (o Uber tem escondido a informação dos endereços exatos até que se aceite), e cancela, sem perguntar o tamanho da compra (embora concordo que não dá pra confiar na palavra do passageiro, que pode acabar mentindo).

Sim, o motorista é livre pra escolher a corrida que quer fazer. Daí vários motoristas em série fazem exatamente a mesma coisa: aceitar, ver o local de partida, cancelar, mais cinco minutos procurando um motorista que aceite a corrida. É a liberdade de todos os motoristas fazerem isso. Daí depois de muita busca por motoristas, o app pára de buscar e volta pra tela inicial, não estorna o valor, e a pessoa tem que debitar/creditar em duplicidade (pra quem usa cartão de crédito/débito no app) até que um dia o valor cancelado seja estornado pro limite do cartão. É a liberdade da Uber em não proceder com uma busca infinita. É a liberdade do gateway de pagamentos e dos bancos em não estornarem instantaneamente o valor.

O mercado é livre pra não oferecer modalidade de entrega. O taxista é livre pra fazer a Rota da Seda do Pacífico ao Atlântico pra cobrar mais. A prefeitura ou empresa de transporte licitada é livre pra não botar ponto de ônibus na porta do mercado, e é livre pra botar uma catraca bem estreita pra dificultar entrada de sacolas no ônibus. Todo mundo é livre pra não assumir uma responsabilidade, tanto o poder público quanto a iniciativa privada.

O problema é que essa liberdade parece acabar quando os indivíduos não são livres assim para não precisar comprar comida em mercado e evitar em primeiro lugar ter que “incomodar a liberdade alheia” ao solicitar um transporte que leve a pessoa e sua compra, a liberdade parece acabar quando ao passageiro sobra o ônus de um cancelamento, seja financeiro ou de tempo perdido esperando uma corrida cair do céu.

É uma coisa que infelizmente não parece haver uma solução ideal porque cada parte envolvida quer defender a própria liberdade (a Uber quer defender o próprio direito de jogar o ônibus pros usuários e pro motorista, o motorista quer defender a própria liberdade de aceitar ou recusar corridas e jogar pro passageiro, o Estado quer defender a contenção de “gastos” públicos, o taxista e as cooperativas querem defender a liberdade de rota do taxista, o mercado quer defender o corte com gasto operacional, e o passageiro quer defender a sua liberdade de ir e vir), e qualquer ação nesse sentido (como a proposta de lei referida, ou deixar como está) acabará violando a liberdade de uma das partes. O problema, no final das contas e jogando pro lado mais filosófico, é a burocracia da existência humana, isso sim.

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E quando o passageiro cancelar a corrida as vezes o motorista se desloca e quando tá chegando o passageiro cancelar , ele não ganha nada , acho q o pau q bate em Francisco tbm tem q bater em Chico , não ver um lado só.

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Lei inconstitucional. Somente União e estados podem regular relações de consumo.

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Nem a polícia chega em todos os locais do RJ querem que o motorista de app chegue??? O Estado não consegue garantir o mínimo em grande parte dos locais ,há lugares que nem o estado chega, o poder paralelo dita regras e determina suas próprias leis!!

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Acho que isso explica pq um motorista cancelou a corrida quando chegou na esquina da minha casa.

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Eu fico abismado com o nível dos legisladores brasileiros, eles tem uma ideia idiota e realmente acham que aquela ideia é excelente, que faz sentido, e ainda tem vários outros idiotas na mesma… sem qualquer ponderação das consequências.

É no nível de pensar em leis tipo “Proibido chuva nessa região x” porque a região alaga e há vítimas em épocas de chuva. O foco não é o porquê das coisas e sua solução, mas em um sintoma. Pensamento simplório, com alívio supostamente imediato e com certeza consequências profundas futuras que trarão outro ciclo de mesma proposta e “resolução”, e assim parece ser o Brasil, infelizmente. Vai indo de remendos, soluções simples que traz mais problemas futuros, fragilidade e falta de foco nos problemas estruturais… e assim ramificações de algo ao infinito.

Sim, os apps de corridas estão horríveis de usar, briga por cancelamentos, etc. Mas simplesmente há causas por trás que nenhum pensa em propor soluções por obviamente demandar cérebro e tempo.

Violência, os motoristas tem medo de ir a certas regiões.

Valores da corrida extremamente baixo, daí há uma via de mão dupla: o lado do motorista que não consegue se sustentar e precisa garimpar melhores ofertas; lado do passageiro que quer economizar e não possui condições financeiras para algo mais justo. Ambos causados por diversos outros problemas estruturais na sociedade brasileira, desigualdade, impostos, etc; Além de, claro, a própria empresa de transporte querendo o máximo de lucro sem abrir mão de um centavo.

E tantos outros… mas ignoremos.

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Na verdade, quando há deslocamento e está próximo do passageiro o app cobra uma taxa de deslocamento do motorista, e da a entender que usa essa taxa pra pagar eles por isso. E essa taxa de cancelamento ocorre tanto por tempo quanto por deslocamento do motorista.

Só não se aplica a taxa se for antes do tempo que o app da, tipo uns 3min, ou se houver vários cancelamentos seguidos da parte dos motoristas.

Aí o motorista tem q reclamar com a Uber, pq se passou daquele tempo de 5min lá o passageiro paga uma multa de cancelamento. Se o motorista não recebe isso a culpa não é do passageiro.

Quando eles mesmos cancelam ok, pior é quando ficam parados ou se movem para outro lugar (pq aceitou outra corrida), esperando o passageiro cancelar. Nesses casos, o motorista é que devia pagar uma "taxa de cancelamento.

Mas uma outra forma de resolver isso seria voltar como era antigamente quando a uber estreiou no Brasil : Mostrar o valor da corrida somente no final da mesma.

Se passageiro paga taxa de cancelamento depois de X minutos, motorista deveria ser igual, ai poderiam cancelar antes de X minutos sem penalização, mas se ficarem segurando a corrida e forem atender no outro app, vão tomar multa.

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Engraçado que os motoristas tem autonomia pra escolher as corridas, ou seja, cancelarem quando bem entenderem; mas o passageiro, que é quem paga a corrida (e nem digo com relação ao motorista, que é mal remunerado pelas plataformas, mas é o passageiro que banca o trio Uber/99/inDrive), ele se cancelar, paga taxa né??! Kkkkkk

Pra mim é simples a prerrogativa: ou taxa igualmente o motorista que cancelar após “X” tempo que o passageiro aguarda ele “supostamente vir”, ou então, cancela a taxa que existe hoje em dia ao usuário, alegando exatamente o mesmo, que ele “tem o direito de escolher suas corridas”!!!

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Eu não sou a favor do estado de definir isso em Lei, mas a Uber que deveria se moldar a isso.

Estado tem outras coisas para se preocupar.

Antigamente o Uber não mostrava o destino do passageiro, agora mostra. Ou seja, não há mais desculpa para o cara cancelar a corrida depois de aceita.

Quando pegava Uber, tinha um pessoal que aceitava e estava bem longe. Ainda ficava um tempo parado, depois andava, 8min ou mais nisso. Aí cancelava. Que ódio que dava.
Por que aceitou então?

Eu sou a favor sim que se cobre 5 ou 10% do cancelamento, mas isso tem que partir da Uber, e não a bost4 do Estado se meter nisso.
Agora se isso entrar no CDC aí tudo bem. Fica como um direito universal para evitar prática abusiva.

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Amigo, como motoristas de app, deixa eu esclarecer alguns pontos, primeiro, a uber pot muitas vezes não mostra nem bairro e nem mercado justamente pro motorista ser “forçado” a aceitar a corrida pra ver o local de embarque/desembarque, coisa que a 99 sempre mostrou, outro ponto, a questão dos cancelamentos em mercado é mais por questão de “congelados” que vão acabar molhando o porta-malas, bem como peixe, camarão, caranguejo, frutos do mar de modo geral, que o passageiro não tá nem aí pro caso da sacola furar e vazar a água desses itens e que vai deixar o carro do motorista podre, sendo q o mesmo teria que parar as corridas pra higienizar o carro e perder 2-3 dias de serviço e consequentemente 2-3 dias de diária, agora eu pergunto, é justo o motorista perder dinheiro de 2-3 dias de trabalho por causa da corrida de 10 conto de um passageiro de mercado? Outra coisa, o procon, bem como prefeituras, vereadores, passageiros e afins deveriam entender uma coisa, o motorista é mais CLIENTE da plataforma do que o passageiro, já que o passageiro paga a plataforma pra conectar ele a um motorista, já o motorista paga (taxa descontada do valor recebido ao finalizar a corrida) a plataforma pra conectar ele a um passageiro, afinal, um passageiro faz em media 2 viagens por dia, já o motorista faz mais de 20, ou seja, do ponto de vista do lucro, 1 motorista teria no mínimo 10x mais “valor” do que 1 passageiro. Outra coisa, a premissa do modelo das plataformas é de que o motorista é autônomo, do jeito que vc e o projeto de lei aí disseram, vai acabar configurando vínculo empregatício, o que nem as plataformas querem e nem os motoristas, portanto, se isso for aprovado, adeus mobilidade por aplicativo, sem contar q no Rio, os motoristas estão sendo obrigados a rodar com ar-condicionado ligado, sendo q isso foi por causa de ação ajuizada pelo procon, ou seja, o mesmo já está errado ao prejudicar um consumidor em benefício de outro, afinal, existe a categoria confort na uber e plus na 99 justamente pra isso, aí nessas modalidades mais caras, o passageiro pode exigir, mas como pimenta no ** dos outros é refresco, o passageiro quer corrida confort pagando preço de corrida básica, aqui na minha cidade por exemplo, passageiro tá achando que somos substitutos dos busões e ainda acham ruim quando um motorista se recusa a rodar 20km por 5 reais (exemplo exagerado e fictício pra fins ilustrativos), sendo q os apps são concorrentes dos táxis, mas aparentemente, o povo tem pensado que “se tá bom pra mim, que se **** o resto”, quanto aos serviços caindo a qualidade, eu te pergunto, se teu salário não melhorar nunca, mesmo você tendo sempre prestado um serviço de excelência, vc vai continuar se matando de trabalhar enquanto o colega que mal faz o mínimo recebe a msm coisa? Creio que não, então, teu rendimento iria cair e ia ficar na categoria “se o salário é mínimo, o esforço/trabalho tbm será mínimo”, os motoristas tem lutado há anos por melhorias, por reajuste nos repasses e afins, na 99 pelo menos a taxa fica em no máximo 20%, porém, na uber, a taxa é variável, indo de uns 3% até mais de 60% do valor da corrida, mas isso elas não contam pro passageiro, justamente pra botar eles contra os motoristas, isso sem mencionar todos os gastos e custos q os motoristas tem, que não é só gasolina, tem revisão, manutenção, peças, alimentação, periculosidade, parcela de carro ou aluguel do mesmo caso não possua ainda ou nãotenha quitado ele, contas e claro o salário do motorista que não vai viver só pra manter o carro e pagar as contas e te garanto que quem tá rodando só tá fazendo isso pq ainda não arranjou nada melhor, então, antes de vir com esse textão, te convido a rodar pelo menos 1 menos como motorista de app e conhecer o outro lado da moeda, aí sim vc vai poder falar algo com propriedade e não só por um viés unilateral.

Ei amizade, o motorista é mais cliente da plataforma que o passageiro, afinal, ele paga pra plataforma toda e cada corrida que ele faz (taxa cobrada ao final da corrida), fora q a uber não tá mostrando não, nem em area de risco, nem em mercados e nem em outras áreas que tem alta taxa de cancelamento, a 99 mostra, então, aluga um carro e roda 1 mes como motorista de app pra vc conhecer a realidade do outro lado, pq eu duvído que tu aguente 1 semana sequer.

Existe um tempo pro passageiro cancelar e não pagar a taxa, mas aí quem pagaria o tempo, o combustível e o fato do motorista ter perdido de aceitar outras corridas nesse meio tempo? Pq se o passageiro cancelar dentro da janela de tempo, o motorista é quem fica no preju

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