Que empresas de tecnologia expressam preocupação ambiental e são sustentáveis?

Atualmente existe grande preocupação quanto a sustentabilidade do nosso planeta e a administração dos recursos naturais.

Sabemos que a exploração e utilização desordenada desses recursos causam um desequilíbrio muito grande, também pode demandar outros custos de reparação ainda mais altos dadas as consequências.

Alguma empresas começaram a implementar soluções para reciclagem de equipamentos eletrônicos, como a Apple que recupera dispositivos usados e reaproveita peças em novos, ou a Google e Microsoft que investem eme energia renovável para sustentar os servidores de seus parques tecnológicos.

Atualmente fala-se muito pouco sobre esse assunto no mundo da tecnologia.

Vocês se preocupam com essas questões? Conhecem outras empresas e iniciativas no mundo da tecnologia? E pagaria mais por um produto com esse viés?

:seedling:

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Saindo um pouco dos eletrônicos de consumo, temos a Tesla que não só tem iniciativas para sustentabilidade como tem todo seu modelo de negócios estruturado em cima dessas premissas. Como uma empresa de carros elétricos (e baterias, telhas, pranchas de surf e outris) eles dependem hoje desse quesito “Pagar mais por algo mais sustentável” mas tem também em seu DNA a democratização desse discurso, tentando fazer cada vez mais seus produtos chegarem em mais pessoas com valores menos “luxuosos”.

Sustentabilidade não pode ser luxo, sustentabilidade tem que ser uma premissa para manutenção da nossa existencia nesse planeta, mas enquanto existirem pessoas e empresas no poder que não acreditam nem que a terra é um geoide, vamos sofrer os efeitos nefastos dessa nossa falta de cuidado.

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Tem de levar em conta que a produção das baterias (principalmente a extração de alguns elementos) causa uma poluição infernal no meio ambiente. Não sei se a Tesla tem conseguido minimizar o impacto.

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Tenho a preocupação, e posso até pagar mais, mas o produto tem que valer a pena e ser durável. E já que trouxeram a Tesla para a conversa, eu tenho minhas dúvidas se esse movimento da indústria automotiva é tão beneficial para o meio ambiente, não só as empresas, a visão que vejo dos consumidores em ir atrás do mais limpo para o meio ambiente quando já tem um produto. Explico.

Não sei se há algum estudo e nunca pesquisei, então se alguém trazer informações mais concretas vai ajudar. Hoje eu tenho um carro e quero trocar por um elétrico pois quero ajudar o meio ambiente, será que isso realmente ajuda? Vou “descartar” um carro funcional, e comprar um novo que para ser produzido e entregue a mim tem toda uma cadeia de poluição. Além de que carros modernos possuem muitos sensores e partes eletrônicas que podem apresentar defeito, mais uma coisa para ser descartado e produzir um novo, e acredito que vá ser muito difícil manter um carro desse 20 anos na frente, justamente por ter diversas peças que vão sumir do mercado e não são simples de substituir.

Só frechando, para não ficar solto meu primeiro parágrafo, não quero dizer que as empresas e consumidores não devam mudar para uma produção e consumo mais ecológico, devem, mas acredito que o consumismo desenfreado dá no mesmo em longo prazo. Escrevi focado mais na indústria automotiva, mas a crítica vai para as outras também, Apple tem um programa de reciclagem?! Ótimo, mas não dá o direito e facilidade de reparo dos seus dispositivos, o que para mim é dois passos atrás no mesmo momento que ela dá um para frente.

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Eu também admiro o trabalho da Tesla, ele realmente alteram o mundo fornecendo soluções alternativas de mobilidade. Não há dúvida que o carro elétrico remove um agente poluente das ruas, mas sua produção deve ser sustentável, o processo em si.

Porém não sei se a Tesla aproveita os recursos da melhor forma na extração e manutenção de matéria prima, se eles reciclam e reaproveitam resíduos aí sim estariam 100% corretos, mas colocar milhares e milhares de automóveis na rua que possuem só o apelo sustentável não é solução, essa é a questão. Como @Keaton menciona, produzir bateria no momento é alto impacto, pode ser que no futuro não.

Já no caso da SpaceX, com certeza reaproveitar o foguete é melhor que construir um novo, mas continua atirando toneladas de combustível na atmosfera cada lançamento, tem que ver se essa sustentabilidade não é mais do ponto de vista econômico do que ambiental, mas isso não sei avaliar porque o trabalho deles é realmente um divisor de águas!

A questão de pagar mais, não é pagar para ter luxo, você pode pagar mais por um produto simples que foi feito de forma correta e ele ser menos luxuoso que um concorrente mais barato. E concordo que sustentabilidade não pode ser um luxo, já estamos sofrendo esses efeitos por mais que existam pessoas que acreditem que é uma consequência natural.

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Acabei de responder uma preocupação parecida :slight_smile: (na mesma hora) essa tb é minha dúvida, concordo.

Sem uma mudança nos processos de produção e consumo, qualquer iniciativa supostamente verde não passa de greenwashing.
A economia tem um erro crasso, que é considerar o sistema como infinito, o que não é verdade - estamos em um planeta de recursos finitos.
Assim, sem reduzir o consumo, não há o que se dizer de sustentabilidade. Passa a ser apenas enxugar gelo.

Se as empresas de tecnologia estivessem com uma real preocupação, não fariam obsolescência programada. Não fariam produtos onde vc não consegue trocar as peças, enfim.

Quanto a Tesla, ela não resolve o principal problema que é o consumo de energia - só está trocando a gasolina pela energia produzida em algum usina, que pode, inclusive, ser até mais poluente, caso do carvão. E não resolve um impacto localizado nos grandes centros, que é o trânsito (sim, meio ambiente diz respeito a questões naturais, sociais e econômicas).

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Lembra do smartphone modular da Google? O Ara, não agradou muito e não foi pra frente, acho que ainda a maioria não está engajada com essa questão de comprar menos e atualizar o hardware já existente.

Já a energia, quando a matriz de energia elétrica de um país for renovável, pode justificar utilização de carros elétricos, lembrando que um dia poderá carregar um carro com painéis solares e você nem terá mais custo se já tiver comprado os painéis. Lebrando que o carro elétrico tem muito menos peças e manutenção que a combustão. (troca menos óleo)

Esses estudos vem lá da década de 50, mas a indústria empaca sempre em algum obstáculo, ou “empresas de petróleo”.

O trânsito se resolveria com transporte coletivo eficiente, trem, metrô, e até mesmo Uber se eles se organizarem bem.

Carro elétrico é feito para primeiro dono.
Na hora q tiver q trocar a bateria, é uma facada só.

Se a Tesla lançasse, com o mesmo ímpeto q lança carros elétricos ou foguetes (SpaceX), ônibus elétricos, aí eu entenderia q ela está com algum tipo de preocupação.

Uber na verdade é só a troca do veículo individual, por outro.

É interessante que “fabricante de eletrônicos” e “sustentabilidade” são antagonistas. Por definição, uma empresa privada tem como objetivo dar lucro. O lucro vem através da venda de produtos. Os produtos consomem recursos do planeta durante a produção — e não tem jeito, alguma matéria sempre vai se perder mesmo com os esforços de reciclagem.

Então, o que as empresas tentam é neutralizar o dano que elas mesmas fazem ao ambiente, por meio dessas iniciativas levantando a bandeira da sustentabilidade. Para mim, qualquer um desses projetos é extremamente válido (embora muitos sejam feitos só porque foram impostos por leis, claro).

Só que aí entra a outra ponta. Ser sustentável gera um custo e eu não vejo que as pessoas, no geral, estejam dispostas (ou mesmo possam) gastar mais para comprar produtos assim. O alumínio é 100% reciclável, o vidro é quase 100% reciclável, mas é muito mais barato fabricar, vender e comprar produto feito de plástico. O plástico é talvez o maior problema ambiental hoje (dica de Netflix, episódio 4), porque a maioria do plástico não é ou não pode ser reciclado.

Mas quem tem lá seus R$ 800 para gastar num celular (e essas pessoas são a maioria da população) não tem como ficar se preocupando se a carcaça é de plástico. A pessoa quer o melhor que o dinheiro dê para comprar. Não vai gastar R$ 50 a mais, que seja, por plástico reciclado, nem comprar um notebook de R$ 15.000 só porque é feito de alumínio reciclado. Ou seja, na prática, tudo isso que a gente tá falando é preocupação de rico. :woman_shrugging:

E um sintoma desse problema é que provavelmente a empresa que mais levanta a bandeira da sustentabilidade nos anúncios de produtos seja a Apple (no site inteiro tem um monte de texto para falar só dos materiais usados). A Apple só lança eletrônico caro.

No caso dos eletrônicos, fazer compras mais conscientes evita que as empresas entupam o mercado de produtos baratos/descartáveis que produzem mais lixo, e é um dos pontos que tenho em mente quando faço algum review aqui. Mas não resolve totalmente, claro (e nem sei se existe solução para isso).

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Mesma coisa se transportarmos para nutrição.
Todo mundo sabe q comer industrializados faz mal.
Mas vai comprar uma maçã em NY.
Vai ver os preços das frutas orgânicas aqui em SP.

Não tem jeito - as pessoas, em sua maioria, vão comer comida ultra processada mesmo e isso é um problema ambiental (também) mundial.

Quanto ao lucro, é um problema insolúvel, pois se falarmos aqui sobre reduzir lucros, as empresas desistem de trabalhar, já q todo mundo quer ganhar dinheiro e se alguém fala o contrário, é taxado de comunista.
Infelizmente, o normal é termos pessoas ricas e pobres. A diferença poderia sim ser menor, mas não vai acontecer, como nunca aconteceu, infelizmente (outro problema ambiental).

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Acho que li aqui mesmo no Tecnoblog que a Apple usa energia 100% renovável.

Sim. E se extende para boa parte das parceiras. Aos poucos estão adaptando suas palavras fabris para energia limpa.

A questão da Apple è mais profunda, até a tinta usada nos iPhones precisa obedecer os critérios ambientais. Tanto que só uma empresa japonesa fornece o pigmento para os iPhones Pro, por terem sido os únicos a conseguir naquele ano atingir essa exigência.

O alumínio usado pela Apple è também 100% reciclado, aproveitando até as rebarbas do polimento e usinagem.

È uma lista bem grande.

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Eu vejo da seguinte forma, vai ser um pouco longo o texto mas acho importante dizer que não é uma guerra perdida, e sim, faz sentido seu ponto de vista e um ótimo comentário.

Empresas pode nascer sustentáveis (poucas atualmente) ou se tornarem totalmente ou parcialmente, e qualquer um desses cenários é importante. Muitas mudanças de mercado começam pequenas, as vezes numa sala de aula, em um artigo ou comentário e no início não imaginamos onde uma ideia ou ação pode chegar. Empresas buscam lucro, essa é a forma de se tornarem sustentáveis no ponto de vista econômico, mas elas também podem ser no ambiental.

Há alguns anos atrás trabalhei em um sistema de recrutamento online, projeto de pós graduação de uma estudante de pós-graduação da Harvard Business School (não que tenha relevância mas é divertido falar esse nome rs). Nessa época estudei outros sistemas similares e acompanhei algumas vagas que apareciam no mercado, agora que vem a questão: A C&A estava fazendo contratações em massa para diversos cargos administrativos e técnicos, e tempo passa contratações são feitas, e sangue novo entra na empresa. Pouco tempo depois eu notei indo a uma loja, que eles estavam adotando novos fornecedores de algodão ecológico, e lançando selo e produtos com essa pegada, e fez diferença. Como já vi acontecer em outras empresas, uma pessoa nova, com novas atitudes, que tenha aprendido da forma ecológica e sustentável, mesmo que tenha sido influenciada por um(a) amigo(a), ou lido um artigo sobre a importância da sustentabilidade, um dia entra numa empresa, consegue um cargo bom e pode fazer a diferença.

Assim, nenhuma ação por menor que seja é desperdiçada.

Voltando para empresas, o mercado, core business depende de lucro, mas para obter lucro ele precisa produzir algo, e vender (mesmo que serviço). Quem sustenta o mercado é o consumidor, o pequeno consumidor, veja, se um comprador(pequeno) de smartphone não se interessa pelo produto, a fabricante não vai existir, é esta (o grande consumidor) que consome de seus fornecedores de materiais e componentes. No fim, o poder é sempre o pequeno, mas do pequeno junto como um todo.

Daí a importância de conscientização e educação ambiental. Se o consumidor não pressionar as grandes empresas a procurarem a melhor forma de conduzirem seus negócios, ainda temos esperança naquela pessoa que leu um artigo, pesquisou e se interessou pela responsabilidade ambiental e foi parar em uma cadeira de gerente ou diretor.

Mas devemos olhar para o mundo pensando no que é possível, viável e melhor para todos.

Eu já acho que o fato de algumas empresas tentarem compensar aquilo que utilizaram é uma forma, ainda que possa não ser justa, de diminuir esse impacto, no meu ver não é a melhor solução, não resolve o problema (o ideal é estudar e descobrir novas formas, e isso está em curso), mas é válida. Por isso a importância de conscientizar e apoiar essas empresas.

Só complementando, vocês compõem um importante veículo de informação. Seu trabalho, posicionamento e visão também são de muita importância, por isso quero reforçar essa parte e expressar meu apoio.

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Ótimo tópico! Como disseram lá em cima, sustentabilidade deve ser uma premissa :slight_smile:
O livro A História das Coisas explica bem detalhadamente o impacto de vários componentes que fazem parte dos eletrônicos (Ouro, silício, etc), e é muito impressionante o quão pesada é a conta de quem paga de verdade pelo custo da produção (funcionários explorados e expostos a doenças sem apoio, comunidades inteiras afetadas por compostos tóxicos, rios poluídos com rejeitos de mineração e etc).
O valor monetário que pagamos por item comprado por impulso não compensa o preço real pago pelo planeta e as pessoas envolvidas.

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Verdade Fernanda. Uma coisa é ser uma exploração eventual já que é necessário explorar para descobrir e aprender, no caso dos recursos naturais para desvendar sua exitência e potencialidade, mas deve-se ser feito de uma forma sustentável, hoje já sabemos sobre o impacto que causamos, diferente de outros períodos da humanidade. Somos muitos e quando se perde o equilíbrio da balança é que tudo desanda.

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