Pacotes de serviços de banco (TED, DOC e saques) vão morrer com o Pix?

Os boletos bancários são baseados em cima do sistema de DOC, por isso ele ainda existe, e também pela possibilidade de fazer uma transação fora do horário do ted.

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Não vejo morrendo num curto/médio prazo.

Bancos digitais sem taxas tão aí há quase uma década e muita gente ainda possui sua conta em bancos tradicionais pagando as caríssimas mensalidades.

Pra mim esse negócio de PIX ainda está confuso. Eu já entendi que tem que cadastrar as chaves e que vai ser gratis entre pessoas físicas. O que eu não entendi é o seguinte:

  • Se eu sou uma empresa, eu posso receber do meu cliente usando PIX?
  • Quanto vai custar para eu (empresa) receber um pagamento através do PIX?
  • O cliente que me pagar usando PIX vai ter o dinheiro debitado da conta dele, certo? O PIX vai suportar cartão de crédito? Ou seja, eu recebo do cliente mas o cliente só paga a fatura no vencimento do cartão dele?
  • O Pix vai funcionar no e-Commerce? Minha loja virtual vai poder gerar uma chave Pix em vez de um boleto?
  • Como que vai ser a API para a minha loja virtual saber que aquela chave PIX foi paga? Vai ser uma API pública ou eu vou ter que contratar um serviço do meu banco para isso?

N sei todas as dúvidas, mas lá vai:

Se eu sou uma empresa, eu posso cobrar usando PIX?
edit: entendi q vc queria cobrar um valor a mais por usar PIX. Sim, vc pode receber via PIX como se fosse dinheiro/cartão/cheque, só q é PIX.

Quanto vai custar para eu (empresa) receber um pagamento através do PIX?
n sei o valor, acho q ainda n foi divulgado, mas é a cargo do seu banco, ele pode ou não cobrar PIX de CNPJ.

O cliente que me pagar usando PIX vai ter o dinheiro debitado da conta dele, certo? O PIX vai suportar cartão de crédito? Ou seja, eu recebo do cliente mas o cliente só paga a fatura no vencimento do cartão dele?
Até onde sei só dá pra pagar via “débito”, tem q ter dinheiro na conta, como se fosse um DOC/TED, cartão débito.

O Pix vai funcionar no e-Commerce? Minha loja virtual vai poder gerar uma chave Pix em vez de um boleto?
Vc irá gerar uma chave PIX com antecedência e esta chave nunca muda (pode ser seu CNPJ ou uma chave aleatória de 32 caracteres). E sim, vc pode enviar a chave pro seu cliente, ele efetuar o pagamento e vc enviar o produto.

Como que vai ser a API para a minha loja virtual saber que aquela chave PIX foi paga? Vai ser uma API pública ou eu vou ter que contratar um serviço do meu banco para isso?
N tenho certeza, mas no primeiro momento creio q não teremos nada disso, acho q ano vem virão estes recursos e n sei direito como funcionará.

Sim, você pode cobrar usando PIX (mas não cobrar a mais para oferecer o PIX). O BC disse que fica a critério de cada banco cobrar e definir (ou não cobrar nada) as taxas do PIX para pessoas jurídicas. Por enquanto, o PIX é só no débito. Pense nele como uma carteira digital. Mas você pode gerar chaves PIX para que outras pessoas façam pagamentos diretamente por ela ao invés de usarem boleto.

Sobre a API, acredito que plataformas como a Stripe vão oferecer a integração para quem tem loja online, etc.

É, então para essa Black Friday, nada de PIX… Certamente não vai dar tempo de integrar os sistemas das lojas para que aceitem PIX, porque o negócio “nem existe” ainda.

O negócio é realmente um substituto de boleto então… Única diferença é que cai na hora.

Eu já integrei lojas virtuais com Bitcoin… Eu vejo muitas semelhanças entre o PIX e o Bitcoin.

No Bitcoin, a loja gera uma chave única para aquele pedido. O cliente paga usando essa chave e a loja já reconhece o pagamento na hora (porque o pagamento é anunciado na Blockchain). No PIX provavelmente vai ser igual, cada pedido vai ter sua chave única e exclusiva, e o cliente vai pagar aquela chave e a loja vai reconhecer na hora o pagamento.

No Bitcoin, tem que ser SALDO. Nada de crédito… Igual no PIX.

É impressionante como o Brasil é vanguarda nesse tipo de sistema… Queria que fosse assim em outras áreas também, como saúde, defesa e governo.

Sei como funciona, já usei alguns gateway de pagamento com coisas desse tipo, creio q o PIX tem condições de ter algo assim, mas no 1o momento acho q n terá nada disso. Vai vir só o básico no início, tem essa promessa de mais recursos no futuro e n vejo pq n implementar uma API robusta (se o governo quer q a gente use, que seja algo decente, né?).

Exato! Vai ter acabado de ser lançado… muito novo ainda, talvez pro próximo teremos algo mais maduro.

Um pouco mais de informação nesse caso. A estrutura inicial do PIX tem sim isso em sua estrutura inicial. Vale conferir o documento de especificações de iniciação do PIX para poder entender com mais detalhes, mas basicamente existem 2 possibilidades para receber um pix.

  • Estático
    Um usuário (PF ou PJ) usa apenas a chave do outro (PF ou PJ) para transferir valores. Nesse caso o usuário pagador seleciona os valores que quer transferir na hora do pagamento.

  • Dinâmico
    Um usuário gera uma solicitação de pagamento já incluindo as informações da venda (e outras informações a mais, que podem ser muito importantes para funções adicionais ao pix padrão como por exemplo um endereço de retorno das informações). O usuário pagador utiliza essa solicitação para pagar sem precisar definir os valores e outras informações.


Essas duas possibilidades de pagamento podem utilizar diferentes meios para serem realizadas.

No estático o usuário pode digitar os valores da chave diretamente (o que deve ser mais utilizado em pagamentos entre pessoas físicas) ou também usar um QR Code com esses dados que pode ser utilizado em materiais impressos no balcão de pequenas lojas. Esse segundo meio no padrão estático, imagino que seja usado em pequenas lojas onde se tem mais controle e uma relação maior de confiança entre o estabelecimento e o comprador.

O QR code também pode ser utilizado na iniciação dinâmica e esse deve ser o método mais usado diretamente no varejo. Terminais de pagamento via cartão hoje já podem gerar QR code para picpay e similares, imagino que eles irão gerar QR Code do PIX dinamicamente conforme o valor digitado.

Além desses métodos, temos também um método chamado “Pix Copia e Cola” que chegou recentemente nas especificações para substituir outro método que não será aplicado na primeira versão chamado “Pix Link”. Ambos funcionam da mesma maneira basicamente gerando uma comunicação direta entre um site ou app e seu aplicativo de banco. No Pix Copia e Cola, você vai estar num site de vendas qualquer e em vez e gerar um boleto ele vai gerar um conjunto de caracteres pouco legíveis para um humano que você deverá copiar e colar no seu app do banco para efetivar o pagamento. Futuramente isso deve ser substituído pelo “Pix Link” que vai transformar isso num link clicável em vez de copiar e colar.

Deixo aqui como referência o site oficial do BACEN com toda documentação do PIX além do manual específico sobre iniciação do PIX.

https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/pix/Regulamento_Pix/II.ManualdePadroesparaIniciacaodoPix-versao2.0.pdf

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Eu espero que eles sejam razoáveis e cobrem menos do que os valores atuais para transações com maquininha… Se bem que o ideal mesmo é que fosse DE GRAÇA. Eu tenho certeza que vai aparecer alguma Fintech oferecendo isso de graça.

já apareceu, a nubank já afirnou que ela não vai cobrar contas PJ, afinal o PIX custa R$ 0,001 por transação, a cada 1mil transações feitas por um banco custaria R$ 1

Correto, o nubank falou que não irá cobrar para o recebimento mas acho que ainda teremos taxas dos iniciadores. Para ter um QR code na sua loja você pode não pagar nada, mas se quiser qr code dinamicos sendo gerados a cada venda com os valores corretos, isso deve ser feito direto pelo software de caixa ou pelo terminal de pagamentos e eles sim devem cobrar alguma taxa. Como foi falado o custo é bem baixo então os valores cobrados devem ser baixos também mas com certeza teremos uma taxa pela conveniência da geração dos QR Codes dinâmicos.

O DOC compensa no FINAL do dia, o TED compensa na hora (ou em alguns minutos).

Em algumas situações você quer que a compensação seja atrasada propositalmente, como por exemplo no processamento de folhas de pagamento de salário (os salários ficam disponíveis no final do dia anterior ao dia do pagamento dos funcionários).

Outra situação é com relação a integração de sistemas bancários com sistemas das empresas que são clientes dos bancos… Um sistema que processa centenas de milhares de pagamentos por dia foi feito 20 anos atrás para funcionar com DOC… Trocar para TED vai exigir um trabalho de programação, que vai ter um custo e talvez a empresa dona do sistema simplesmente não vê vantagem nisso.

Então para manter os sistemas legados funcionando o banco tem que manter o DOC funcionando… E como não há nada errado com DOC, ele está ai até hoje. (O fato de existir o TED não faz o DOC ser problemático)

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Acho que essa é o principal motivo da manutenção. Retrocompatibilidade é uma coisa muito importante em sistemas financeiros. Não é a toa que tem muita coisa ai rodando em Cobol até hoje.

A questão da compensação no final do dia acredito que não é tão relevante porque situações como essa são feitas em lote e podem ser agendadas. Como também o custo do DOC e TED são em uma ordem de grandeza similar a mudança de sistemas legados nunca foi uma prioridade. A questão da compensação ao final do dia é mais relevante no caso da reversibilidade da DOC, ou seja, uma doc feita para dados errados pode ser cancelada até sua compensação.

O PIX ainda não terá agendamento em seu lançamento pelo que me lembro, mas assim que tiver essa funcionalidade acredito que a força gravitacional da economia de custos deve levar muitos sistemas legados a serem atualizados. Tanto atualizações na funcionalidade dentro de sistemas quanto troca de sistemas que não usam o PIX. Se os custos forem relevantes essa mudança pode ser acelerada.

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Não vejo o agendamento sendo aplicado no core do PIX, ao meu ver isso fica como o agendamento de boletos, a cargo do sistema de cada banco, não tem pq fazer uma transação de agendamento para depois ter de fazer uma transação de pagamento.

Acho que as ecomerce grandes tem chance de usar o pix, elas dever ter gente trabalhando disso a meses já, o sistema já passou por varias etapas de testes.

O agendamento será parte do core PIX, ele inclusive já começou a ser discutido nas plenárias do banco central assim como Pix Link, Saque no varejo, integração com corretoras de investimento entre outras funcionalidades que já foram discutidas mas não vão entrar na primeira implantação por questões de priorização.

Não vejo como um requisito fundamental, só espero que não demorem a implementar, ao meu ver isso vai atrasar a migração dos sistemas de boletos para o pix, já que agendamento é algo muito corriqueiro das pessoas fazerem.

Eu dei uma pesquisada aqui e parece que o Pix Agendado já está sim implementado como parte da estrutura inicial, foi minha cabeça pregando peças achando que tinha ficado para 2021.

Não li a fundo mas no manual de fluxos de efetivação já tem bastante menção ao agendamento de pix então creio que está na estrutura inicial sim (esses manuais e documentos são só as funcionalidades fechadas. As discussões futuras são levantadas nas plenárias e discutidas com a comunidade para posterior documentação)

https://www.bcb.gov.br/content/estabilidadefinanceira/pix/Regulamento_Pix/III.ManualdeFluxosdoProcessodeEfetivacaodoPix-versao1.1.pdf

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Pelo que eu estou vendo, as corretoras independentes não vão aderir ao Pix. Então, pelo menos o TED vai continuar servindo para transferir recursos para elas. A não ser que as coisas mudem em cima da hora.

Corretoras estão planejadas para o futuro próximo do pix. Elas ainda não se encaixam no arranjo atual mas acho que em 2021 já devemos ter avanços nesses sentidos! De fato seria uma mão na roda. A vantagem é que agora com pix você pode jogar da sua conta principal para uma digital com TED grátis e dela pra corretora

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