Os celulares estão nos escutando?

Hora de colocar o chapéu de alumínio na cabeça:

Vi essa notícia na newsletter do Filipe Deschamps e achei bem interessante:

É uma notícia do It’s FOSS falando sobre uma empresa de anúncio chamada Cox Media Group que vende a solução de Active Listening, dizendo ter parceria com Google, Meta e Amazon.

Na notícia tem até um post do vice-presidente da empresa explicando como funciona, em um blog que foi excluído.

Já tive ocasiões em que vi anúncios que parecia que o celular estava ouvindo, mas sempre achei meio paranóico demais, e que poderia estar só coletando com base em IP, pesquisas e usuários conectados na mesma rede.

E aí, acham que é autêntico essa solução dessa empresa? Isso confirma que os celulares nos escutam? Ou é apenas uma empresa dando golpe nos clientes? Kk

Escuta do microfone para propósitos de publicidade direcionada já é técnica (e pra alguns, “paranoia”) antiga rs

E se eu te falar que parece-me, parece-me, que já existe app com IA embutida capaz de… ler pensamentos (ou quase que)?

Em inúmeras situações quando eu ainda usava TikTok, me deparava com vídeos que refletiam exatamente aquilo que eu tinha pensado, algo que eu nem tinha sequer vocalizado ou digitado. Não é somente pela questão das preferências pessoais, era literalmente isso, literalmente algo do meu pensamento. Por exemplo, um dia eu estava pensando numa frase filosófica (não lembro qual, mas era uma frase bem específica). Não a digitei, não vocalizei, apenas… pensei nessa frase. E não é que, depois de vários vídeos da rolagem infinita, surgiu um com a exata frase?

Não sei muito bem que tipo de magia usam pra fazer isso, mas meio que tem uma base técnica: a linguagem corporal, a linguagem não-verbal. Por mais que eu não tivesse expressado por fala ou escrita, meu corpo “falou”. pelo movimento sutil dos meus olhos, boca, bochecha, enfim, os músculos faciais, bem definidos no FACS (Facial Action Coding System). Existem especialistas nessa área da linguagem corporal, como Vitor Santos (“Metaforando”), Ricardo Ventura (“Não minta pra mim”), além de gringos como Paul Ekman (PhD) e Joe Navarro (ex-FBI e autor de “What Every Body Is Talking”).

Se humanos são capazes de, mais ou menos, determinar as reações de uma pessoa enquanto essa pessoa assiste um conteúdo, imagina um app que constantemente tem uma câmera apontada pro rosto do usuário (a câmera de selfie) enquanto essa pessoa assiste uma rolagem infinita de vídeos.

Edit: Detalhe que o TikTok foi o único onde observei essas “coincidências”. Absolutamente nenhum outro app me mostrava coisas coincidentemente verbatim do meu pensamento, no máximo (e com frequência, até), mostrava aquilo que eu tinha digitado ou verbalizado. A parte de notícias do New Tab do Chrome, por exemplo, constantemente mostra notícias de coisas que eu digitei recentemente no GBoard, bem como de coisas que eu falei.

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