Ônibus por app: a briga entre Buser e viações tradicionais

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Os detalhes da briga que sacode o setor de ônibus: de um lado, serviços como Buser; do outro, empresas de linhas rodoviárias

O ponto prejudicial da Buser e afins está no que a matéria diz: prejudica o serviço público de transporte público interestadual como um todo. É uma situação parecida quando vc precisa pegar um uber de madrugada ou para regiões mais afastadas. Simplesmente não tem. E quem supre essa demanda (que é pequena, mas existe) é exatamente a empresa concessionária, que é obrigada a oferecer o serviço.

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Que transporte público tem de madrugada? Aqui na minha cidade (no tempo que não tinha corona) os últimos ônibus eram meia noite. Os próximos só a partir das 5h. Sobre atender regiões de difícil acesso, aqui mesmo na minha cidade até tem linhas, mas do que adianta se os horários não são certos ou os veículos são velhos? A população acaba gastando com aplicativo mesmo pra não chegar atrasado pois o patrão não perdoa.
A situação aqui só piorou na pandemia. Os ônibus diminuíram (por motivos óbvios) porém ainda há (e cada dia aumenta) o número de pessoas voltando ao trabalho, só que os ônibus continuam restritos, fazendo com que os poucos veículos rodem lotados. Duas empresas já pediram falência. O que restou a população que ainda tem que trabalhar para continuar conduzindo a economia da cidade foi os aplicativos, que sempre estão com tarifa alta por causa da demanda.

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Aqui em brasília há linhas que rodam de madrugada (começam meia noite e vão até 5 da manhã). São horários muito ruins com intervalos enormes, mas existem por imposição e elas vão do centro ao extremo da periferia onde uber não quer entrar.
E você mesmo cita os problemas do transporte ineficiente (falência de empresas, horários irregulares) que é agravado por muitas determinantes, inclusive causados por transportes do tipo uber que fazem os passageiros abandonarem o sistema público, que é basicamente financiado por todos. Se menos gente usa, maiores são as tarifas e menores as quantidades de viagens e qualidade e conforto do serviço como um todo.
A pandemia definitivamente veio para prejudicar ainda mais o transporte público.

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A impressão que me passa a partir do texto é que se o serviço do Buser não fosse centralizado em uma empresa, mas sim pulverizado como um P2P, não teria problema (e provavelmente se ninguém envolvido na organização do fretamento buscasse lucro).

Porque me parece que nada impede que eu junte 30, 40 pessoas aleatórias que querem ir de A até B e frete um busão rateando o custo com todos. Nada impede que eu faça isso todo dia. Nada impede que 40 pessoas juntem 40 pessoas aleatórias cada pra fretar 40 busões. E por aí vai.

Um pouco parecido como funcionam as plataformas de carona (com a diferença que no caso do busão, não é o motorista do busão que oferece o serviço então se não tiver gente o suficiente, a viagem não é feita).

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Prejudica, mas é igual o Uber com os taxis, não da pra parar a inovação.

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Já usei o serviço da Buser por três vezes, e nas três vezes o serviço foi superior ao “regular” por N motivos, a começar pelos preços. Achei um tanto hipócrita as empresas de rodoviária criticarem o serviço e ao mesmo tempo correrem atrás do prejuízo lançando serviços equivalentes. É aquela história: não dá pra vencer o inimigo, junte-se a eles.

Acredito que nesse embate o resultado será o mesmo que aconteceu entre Uber e Táxis, a normalização do serviço. Basta apenas a Buser e outras atenderem os requisitos da categoria. Só vejo empecilho em atender cidades com menos procura.

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Usei Buser duas vezes, e foi muito superior aos ônibus “de linha”.
São ônibus mais novos, mais higienizados, com um atendimento infinitamente melhor, viagem mais rápida, e com passageiros INFINITAMENTE mais educados que os convencionais, sem pelego folgado.

O único contra é a disponibilidade.

Isso pra mim é um novo Uber vs Táxis, onde os taxistas só conseguiram a antipatia dos usuários.
Só essas brigas judiciais já me fizeram pegar raiva das viações tradicionais, pois querem frear as inovações na base da canetada.

É um ótimo incentivo pra usar, sempre que tiver disponível, outras alternativas.

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Já usei o serviço da Buser e da Aguia Flex. Ambos excelentes. E já usei, claro, das empresas tradicionais.
A questão que cito aqui é o ponto de vista do consumidor.
O consumidor tem que ter o poder de decidir: se ele quer pegar o ônibus que mesmo vazio vai viajar, se quer o conforto de uma estação rodoviária, etc. ele escolhe a empresa tradicional. Mas se ele quer pagar mais barato para esperar o ônibus num estacionamento sem conforto, mas com ônibus no mesmo padrão, mas correndo o risco da viagem não acontecer por não ter lotação suficiente, ele escolhe os aplicativos.
A decisão é dele. Basta cada um dos serviços apresentarem os seus diferenciais e o consumidor escolhe o que lhe é mais adequado dentro da sua realidade.
E digo mais: o que impede as empresas tradicionais de criarem um aplicativo para fazer a mesma coisa que a Buser? Nada! A Águia Branca já fez, a JCA também (ambas citadas na matéria), então se a empresa é pequena para isso, que ela se junte a outra e mais outra e façam um aplicativo igual.
Por fim, um serviço não exclui o outro. O Uber não acabou com os táxis. O Airbnb não acabou com os hotéis. E o Buser não vai acabar com as empresas convencionais. Mas todos os novos que chegaram fizeram os tradicionais se mexerem para oferecer melhores serviços.
Brigar contra a tecnologia é bobagem.

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Apesar da desculpa do Buser ao dizer q não é empresa de ônibus e sim de tecnologia, o q difere o Buser das trocentas empresas de fretamento de ônibus q sempre existiram.
Pergunto além do preço…
Entendi q a plataforma facilita a formação dos grupos de viagem.
Mas só isso.
Empresa de fretamento sempre existiu - só potencializaram a captação de clientes.

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O problema é que no formato que o sistema existe, não é apenas escolha do usuário entre certeza das partidas versus talvez não ir por não ter demanda.
É que nas viações tradicionais a receita de uma rota entre duas capitais ajuda a custear a rota entre cidades do interior com menos demanda.

E com o Buser atendendo apenas essas rotas mais lucrativas, coloca as empresas de ônibus tradicionais numa encruzilhada. São obrigadas a rodar em rotas pouco lucrativas (o que acho certo) mas a receita só cai porque um concorrente ataca apenas o filé.
É uma situação diferente de taxi X Uber porque no fim das contas taxi escolhia destino mais que tudo - em tese era obrigado mas era muito difícil vigiar e garantir esse atendimento.

Acho que as opções das viações existem pra eles perderem share para eles próprios e também como um plano B se opções como o Buser sairem da incerteza jurídica: Elas com certeza também querem atender apenas as rotas com certeza de demanda se assim puderem.

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