Pois é agora quero ver galeria fascista dizer que escola é sem partido. Falando sério, sempre bilhonario safado usando maneira de precarizar educação. Mais uma atitude roa acabar com ensino e empurrar responsabilidade pro indivíduo
Ja que tocou no assunto, em tópico o melhor momento da minha filha é aonde moramos pois aqui podemos aplicar Homescolling.
Foco muito junto da minha esposa no que interessa e menos artes, filosofia e sociologia.
Eu pouco me importa se as pessoas querem seguir estudando no sistema educacional, o maior problema que tinha no Brasil e na pandemia a minha pequena fez o primeiro e segundo ano em homescolling chegou no terceiro um primo comunista nos denunciou, dai foi bem este ápice que nos levou a sair do Brasil, poder e escolher ser livre.
Por um lado, LLMs são relativamente precisas na tradução de coisas. Muitas vezes uso LLMs ao invés do Google Translate para criar frases em Latim arcaico (porque, apesar de eu saber acerca de declinações no Latim, exemplo, illuminati e não “illuminatis” sendo plural de illuminatus, todo o lance de genitivo, dativo, nominativo e afins, ainda me confundem).
Por outro lado, a arquitetura “decoder-only” de muitas LLMs disponíveis (como o GPT) não foi feita para tradução e sim para sentiment analysis, classificação textual, resposta à questões e sumarização. A tradução é feita por transformers do tipo Encoder-Decoder (Fonte pra quem quiser entender mais).
O uso da IA no ensino é realmente controverso e complexo, porque uma IA jamais será um professor humano, e o late-stage capitalism tem empurrado a sociedade cada vez mais pra IA.
Mas não significa, necessariamente, que a personalização do ensino seja maléfica ou que o uso de IA seja de todo ruim (exemplo, pra complementar o ensino).
A escola tradicional está falida como método de ensino. A premissa de juntar 20-50 pessoas em uma mesma sala, com bagagens (conhecimento, experiências de vida, valores, etc) diferentes e usar uma única forma-conteúdo, definitivamente, vai marginalizar dois tipos de alunos/as: aqueles que demoram pra aprender e aqueles que são rápidos pra aprender.
Durante meu período escolar, sempre fui o segundo caso: pra mim, era entediante ter que copiar lição, ouvir repetecos do que foi explicado (quando eu já tinha entendido faz tempo), ser forçado pela professora a compor grupos cujos colegas estavam desinteressados em aprender (“turma do fundão”), etc.
Nesse sentido, o homeschooling é interessante. O problema, ao meu ver, não está nele, mas em quem o fornece (empresas que servem aos interesses do capital, embora o Estado hoje em dia não é direrente, também servindo ao capital através do lobby).
É sine qua non que o provedor do homeschooling esteja interessado não no capital ou no poder, mas na legítima difusão do conhecimento e do bem-estar social respeitando as diferenças dos indivíduos. Organizações sem fins lucrativos baseadas em donativos, por exemplo.
O curioso é como o pessoal (geralmente esquerda) geralmente é vocal contra o homeschooling (com razões que não lhes tiro) mas é o mesmo pessoal que tenta conscientizar sobre a diversidade, necessidade de compreensão e respeito para com minorias, bem como a compreensão de condições como autismo (todos esses pontos, também, com total razão).
A esquerda (e direita e, na realidade, todo mundo, independente de posição político-ideológica) precisa refletir o seguinte: será que o ensino “tradicional”, a “escola” como conhecemos, que coloca dezenas de alunos numa mesma sala, sob um mesmo ritmo de explicação, realmente respeitará a diversidade ou, na verdade, ignorará as minorias em prol de uma maioria (a mediana intelectual da sala: nem tão lentos, nem tão rápidos)? Como ficam os alunos especiais (neurodivergentes, autistas, etc), que no ensino tradicional vão ser relegados à tentar (sem sucesso) embarcar no mesmo entendimento “neurotípico” dos demais? Será que o homeschooling não seria uma solução ao fracasso do ensino tradicional?
KKKKKKKKKKKKKKK NÃO TANKOU O COMUNISTA
“ESTÁ COM MEDO (fslaurind)? É A NOVA ERA”
Imagine você descobrir que nenhum lugar desse mundo você será livre.
(se foi pros EUA vai ser deportado ein, latino!)
Tenho o seguinte pensamento sobre o assunto: A escola tradicional é necessária para apresentar o indivíduo a sociedade, demonstrando sobre o pensamento/ideias coletivas e trabalhando para que o mesmo tenha amplo conhecimento sobre os aspectos políticos de nosso cotidiano.
Ficar através de homeschooling irá fazer com que o conhecimento seja refinado aos olhos e mente de uma pessoa que já tem seus padrões estruturados, além de claro, ficar limitado sobre visões opostas e, eventualmente, não irá acabar conhecendo sobre muitos assuntos.
Content Warning: postagem longuíssima, mas que acredito agregar ao tópico (principalmente à parte do uso de IA no ensino).
A escola apresenta a sociedade ao indivíduo, mas nem sempre a escola apresenta o indivíduo à sociedade. Do jeito que entrei à Escola, saí dela: sem “networking”, sem “amigos” escolares.
Talvez seja específico da minha personalidade que beira o avoidant e o schyzotypal, mas a escola não me integrou à sociedade tanto quanto pôde me integrar à busca pelo conhecimento.
Em outras palavras: meu único amigo de escola é o conhecimento que fui instigado a procurar por conta própria, já que o método tradicional de ensino sempre falhou em lidar com minha hiperatividade mental, interdisciplinaridade e questões mais profundas.
Aliás, é interessante notar como a Escola é prometida como “o preparo do invidívuo para a sociedade”, mas não ensina, por exemplo, Educação Moral e Cívica (disciplina que existia na época dos meus pais), Educação Financeira (essa, até onde sei, nunca existiu no currículo escolar), Educação Socioemocional (como lidar com as próprias emoções e com as emoções alheias, também é matéria inexistente), dentre outras disciplinas que realmente preparariam o indivíduo, principalmente neurodivergentes (como provavelmente sou), para uma sociedade baseada em regras e comunicações muitas vezes não-verbais.
Vale ressaltar como Educação Moral e Cívica, inclusive, precisamente satisfaz o seguinte ponto:
Voltando: mesmo coisas mais “escolares” como Cálculo não se aprende no currículo tradicional, só fui aprender isso na Faculdade. No último ano do Ensino Médio, tive que pedir à professora de Matemática, indicação de algum livro da biblioteca da escola que versasse sobre Cálculo, o qual tenho até hoje aqui.
Aí me pergunto: será que o currículo escolar, atualmente, é suficiente para apresentar um indivíduo para a sociedade? Será que os professores, diante de um mundo information-overloaded, conseguem lidar com as demandas atuais? Uma geração que já nasce na frente de dispositivos eletrônicos, como a Geração Alpha, terá suas necessidades atendidas pelo currículo tradicional?
Aí é que tá um ponto também a ser questionado: será que o homeschooling é realmente excludente ao ensino em sala de aula? Não poderiam ambos coexistir? Similarmente a como existe o lance do “trabalho híbrido” (onde o profissional trabalha alguns dias de casa e outros do escritório físico), será que um modelo similar não seria interessante para o contexto escolar das gerações atuais?
Sim, existe a “tarefa de casa” mas a “tarefa de casa” não consta com a instrução ativa de um professor, somente dos pais e olhe lá. Geralmente o aluno vai ter que anotar as dúvidas para a próxima aula, se é que vai dar tempo de um professor sanar as dúvidas de todos os alunos. Talvez hoje, com Whatsapp, os alunos tenham o professor adicionado e alcançável através de DM ou grupo da sala (já meio que era assim quando fiz faculdade), mas são centenas de alunos para um único professor, que muitas vezes leciona em diferentes escolas para diferentes turmas.
E aí onde também entra a IA: não para substituir, mas para ajudar o professor a lidar com a demanda. Sumarizar dúvidas dos alunos, sugerir respostas para coisas mais óbvias (“Q: por que o céu é azul? R: Rayleigh”) enquanto agrupa dúvidas comuns entre vários alunos e/ou dúvidas profundas de um único aluno (sobre a qual os demais não chegaram a cogitar) para que sejam respondidas com mais profundidade pelo professor.
Um pouco tem a ver com o aluno, quanto o aluno está interessado em aprender. Eu mesmo, particularmente, tenho praticamente fome insaciável por conhecimento, e gosto de tentar aprender sobre tudo um pouco, aprofundando naquilo quando possível. Mas é algo meu, talvez uma válvula de escape oriunda do bullying que eu sofria, um coping mechanism. Por outro lado, se a escola é interessante e dinâmica, o aluno terá vontade de conhecer, ainda que esteja sendo forçado a ir para a escola.
Falo, por exemplo, de aulas práticas, experimentos científicos em sala de aula (exemplo: levar o laboratório aos alunos, ou os alunos ao laboratório, mostrar reações químicas, gincanas envolvendo conceitos físicos e matemáticos, etc).
E a digitalização permite isso de qualquer lugar: simulações físicas (Algodoo), aprendizado sobre programação de forma didática e divertida (Scratch) estimulando o pensamento lógico…
Obviamente, entra IA perfeitamente aqui também: experimentos literários usando LLMs (permitindo que um aluno escreva uma ideia e veja essa ideia “traduzida” em tempo-real entre diferentes gêneros literários: “como ficaria minha estória no trovadorismo, ou narrada por Camões?”), aprofundamento filosófico (“e se eu misturar a fenomenologia de Heidegger, o pessimismo de Nietzsche e o positivismo de Comte?”), ensino religioso (explorar o sincreetismo entre várias crenças, por exemplo, “Quem seria Yin budista no Judaísmo para o Yang como HaShem, com conceitos sincréticos do Neo-helenismo? Qual divindade no panteão grego melhor representaria Asherah, talvez Hékate?”) e assim por diante… A criatividade é o limite no uso escolar da Inteligência Artificial, e a integração disso na vida do aluno fora da escola é sine qua non, onde daí entra o homeschooling complementando a escola.
Note que minha proposta de escola está bem longe da escola tradicional, porque se adequa à realidade atual de um real-time information overload, uma geração (Alpha) integrada literalmente desde recém-nascidos ao cotidiano digital, etc.