Vi essa matéria (achei até que o Tecnoblog tinha veiculado), onde um erro na loja da Epic Games na Índia fez o jogo FIFA 23 (que será comercializado a quase 500 pilas pra console) ser vendido a meros 4,80 rúpias (cerca de R$ 0,31).
Isso me lembrou aquele episódio polêmico envolvendo a Casas Bahia, que não queria cumprir com uma promoção na Black Friday no ano passado com diversos aparelhos sendo comercializados a preços bem mais baratos. Assunto que até dividiu opiniões aqui na Comunidade.
Mas esse caso aqui é semelhante (ou não). Algumas pessoas até alteraram as configurações de conta para se aproveitar do erro da loja e se beneficiar dele (na má fé mesmo, evidentemente, pois nem se trata de nenhum período que possa haver descontos promocionais, e o valor final do produto é absurdamente menor). E o que a Epic Games fez? Disse que quem aproveitou o erro, pode continuar com o jogo (!).
O que vocês acham? Vamos reascender esse debate. Há semelhanças nos casos? E quais as diferenças? Se a Epic Games quisesse retirar o jogo das contas que aproveitaram a promoção, ela teria respaldo?
Lembro de algumas promobugs na Steam, mas nada nesse nível. E pelo que entendi, o erro não foi da Epic, mas sim da própria EA Sports que enviou o preço de pré-venda errada. Se não me engano, a Epic nesse ponto é igual a Steam, onde ela sugere o preço em determinados mercados (que gerou a farra das contas Steam hermanas não muito tempo atrás), mas é a distribuidora quem lista o preço final.
Sobre a decisão de retirar ou não o jogo, como a EA já tem anos que tá muito mal na opinião pública, acho que eles usaram isso simplesmente como marketing positivo. Imagina se você é uma das empresas mais odiadas pelos gamers e ainda dá uma de babac* (que não seria a primeira ou a décima vez) e cancela as pré-vendas de quem aproveitou a promobug, mesmo se a pessoa esteja agindo de má fé? Daria um prejuízo muito maior do que honrar os pedidos.
Sobre o assunto das Casas Bahia, como ficou a situação? Eles entregaram os pedidos ou o povo que comprou se deu mal?
Tem um ponto que, ao meu ver, conta muito no caso das Casas Bahia: era black friday. Não tenho a menor dúvida de que muita gente comprou de má-fé, mas prefiro acreditar que muita gente também acreditou na promoção. Eu mesmo, quando mais novo, poderia ter visto a promoção e pensado “ah, devem ser pouquíssimas unidades; dei sorte!”. Então, nesse caso, acho que a empresa deveria honrar as compras (não lembro como foi resolvido).
Considerando o contexto do caso da Epic, fica mais difícil defender o lado dos compradores, principalmente levando em consideração quem mudou as configurações da conta para se aproveitar da situação. Por mais que tenha tido um erro por parte da loja, ou da EA, acho que as vendas poderiam ter sido canceladas. Por outro lado, como o @Speto falou, podem ter aproveitado a situação para fazer um marketing. No final das contas, o prejuízo nem deve ter sido tão significativo e ainda evitaram prejudicar a imagem.
Diferente de um produto físico que tu tem custos de produção de cada unidade, um jogo em distribuição digital é difícil de mensurar o prejuízo, muitas pessoas nem iam comprar o jogo mesmo pelo preço cheio, então não da para dizer que cada venda pelo valor simbólico signifique uma venda pela preço cheio que foi perdida.
O prejuízo ai foi deixar de lucrar, e não um prejuízo real.
Da mesma forma, será que muita gente que pretendia comprar o jogo não ficou frustrada e desistiu depois desse ocorrido? É uma dúvida real porque eu mesmo fico frustrado quando descubro que perdi uma promoção e depois fico eternamente esperando o preço promocional de novo. É uma situação diferente, mas eu me sentiria muito trouxa de pagar o preço cheio de um produto que foi vendido por um preço irrisório.
meio difícil fica esperando que cometam o mesmo erro de vender o jogo a 31 centavos de novo, quem fica esperando isso é pq não ia comprar o jogo de qualquer jeito.