Após saída da LG, Samsung e Motorola devem "ditar preço" de celulares no Brasil

Então, o problema é está política em si. Do jeito que é hoje só piora a situação e não trás benefícios para o consumidor e cria mais um complicador. Existe uma série de entraves que tornam os componentes mais caros porque existe uma obrigatoriedade em ter X componentes nacionais. Só que não temos uma indústria capaz de produzir esses componentes se quer na mesma qualidade e agilidade…

O caso da Índia é peculiar. Eles já são um polo de tecnologia muito forte, possuem um programa espacial extremamente robusto. Não dá pra comparar com o Brasil.

Então, não acho que fabricação local seja necessária. Isso não gera desenvolvimento para o país. Essa obrigatoriedade atrelada a abonos só tem caráter arrecadatório e político. O foco deveria ser em hubs de inovação/pesquisa & desenvolvimento. Esse tipo de incentivo local é o que trás desenvolvimento.

Somando a liberdade das empresas importarem pagando uma carga tributária honesta e abonos fiscais para criação de hubs de desenvolvimento local, alcançaríamos efeitos práticos. Esses hubs poderiam ser criados perto de universidades, para fomentar o interesse por tecnologia da comunidade local.

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Sempre tem uma penca de empresa importando celulares chineses e colocando o seu nome, o problema é que são sempre umas porcarias e ninguém foca em pós venda, não é o governo impedindo as empresas de venderem aqui, é o mercado agindo e chutando as porcarias, hoje eu não tenho coragem de recomendar nenhuma outra marca que não Samsung e Motorola, quando muito um Xiaomi se achar com bom preço.

O imposto do importado não pode ser menor do que o imposto do fabricado aqui, isso é uma noção básica de economia, então teriam de falar em números, quanto exatamente o importador paga de imposto e quanto quem fabrica aqui paga?

Não estou falando dessa modalidade. Estou falando em extinguir o modelo de indústria nacional vigente e passar a operar 100% importando os smartphones. Não faz sentido ter uma fábrica para montar o que já poderia vir pronto. Todas as peças são importadas e apenas montadas aqui e o pouco que é obrigatório ser feito aqui, todo o insumo é importado. Até mesmo os custos de montagem são em dólar, mesmo estando aqui.

É disso que estou falando, criaram um problema para vender a fabricação local como solução. Só que não é uma solução.

Do ponto de vista econômico faz muito sentido, parte do valor do produto deixa de ir para o exterior e fica girando na economia local, não da pro pais sobreviver só de exportar soja, minério bruto e carne.

Nem isso faz sentido. Todo o envio de dinheiro pra outro país também tem uma porcentagem abocanhada pelo governo. Ou seja, morde na entrada das peças, morde na montagem local, morde na venda, morde no envio de remessa de dinheiro…

Criar todo esse atrito não está trazendo benefício algum para o desenvolvimento do país, muito menos para girar a economia local. Diminuindo essa complexidade, também reduz os custos de operação local, e nivela o mercado, o que possibilita novos players competir de igual pra igual. Para a economia girar basta o poder de compra aumentar, e uma forma de fazer isso é não adicionado camadas de custos desnecessários, que no fim quem paga é o consumidor.

Além dos impostos locais e de importação, a margem de lucro das companhias é enorme e elas sabem disso. Como hoje o smartphone é um item quase essencial, sabem que vão lucrar, mesmo se venderem pouco.

Mas essa margem não é problema só aqui. Nos EUA acontece o mesmo. Mas o poder de compra lá é bem maior do que aqui, então parece que lá tudo é menos caro.

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Enquanto a abertura de mercado não ocorre no Brasil, o jeito é comprar dos Chineses. Pelo menos vendem smartphones de boa qualidade com preços praticáveis pra realidade econômica do Brasil

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Eu queria esquecer isso e tu me lembrou. ARGH. D:

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Na realidade, pelo menos em relação a smartphones, nada é fabricado aqui. As empresas importam as peças e elas são só montadas aqui (as mais importantes pelo menos!).

Não estou comparando, estou levando em conta o fato de que essa política de importação da Índia não deu certo, e por isso eles tiveram que adotar uma política de fabricação local, e deu certo, tanto que a Samsung abriu a maior fábrica de smartphones lá. A Índia só conseguiu isso pelo peso do mercado consumidor deles, que dá poder de barganha, já o Brasil não conseguiria se esse fosse o caso (se já não tivéssemos uma política de fabricação nacional).

Já sobre Hubs de tecnologia, não faz sentido querer hub de tecnologia aqui no Brasil se não tivermos o know-how básico. E esse know-how a gente só consegue se tivermos uma fabricação, montagem e desenvolvimento local. Foi o que a China fez, embora não serve de comparação porque são realidades muito diferentes. Mas além da China, temos o Japão, Coréia do Sul, que hoje são referências no setor de semicondutores, sensores de imagem e etc. Todos esses tiveram uma fabricação local, até adquirirem o know-how.

Países que não possuem fabricação local hoje se dividem entre dois grupos: o de países ricos e desenvolvidos que tem outra fonte de lucros e não precisam ou se interessam nessa indústria e o de países subdesenvolvidos que só tem capacidade de exportar matéria prima, produtos primários. Esse último hoje é o caso do Brasil, e se não tivéssemos a fabricação local, estaríamos pior do que estamos hoje.

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O problema no Brasil é que o Brasil além de não ter know-how basico, não tem interesse ou dinheiro para adiquirir…

Seria tão interessante se o Brasil começasse a pensar em fazer investimentos pesados na área da tecnologia para ter algum fruto no futuro… mas nem dinheiro pra isso o Brasil tem. rip

Não necessariamente, esses hubs podem ser focados em software.

Hardware faria o Brasil, à longo prazo ~10 anos, menos depende de hardware estrangeiro e talvez pudesse passar a distribuir essas coisas. Tipo o que a China vem fazendo com aqueles processadores deles. ZhaoXin ZX-C+ 4701. Embora os ARMs façam mais sentido na atualidade.

Era uma coisa que eu torcia muito para que acontecesse, mas eu duvido muito que alguém esteja afim de tentar isso nessas terras tupiniquins.

Acontece que hardware de consumo como smartphone e computadores em geral não são rentáveis ou que justifiquem investimento local. Para ser uma China precisa muito mais do que a tecnologia, mas um modelo de sociedade que vive única e exclusivamente para fabricar o que quer que seja ao menor custo e tempo.

Até podemos investir em desenvolvimento de hardware, mas teria que ser focado nas necessidade do país: agronegócio, turismo …

Software é muito mais abrangente, o país que dominar AI será o mais bem sucedido da próxima década. Hardware você compra, agora software não.

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No caso, sem quase direito nenhum com um salário baixo?
Apesar de termos uma boa quantidade de gente desempregada no Brasil, acho que o monte de taxa tornaria isso meio inviavel.
Olhando por esse lado, até faz sentido.

Mas pra formar um “hub” de software seria necessário investir em educação, e não vejo de que forma importar produtos de empresas estrangeiras, que não terão motivo algum pra investir no Brasil, iria ajudar.

A Asus nem leva o Brasil a sério. Eles só lançavam os aparelhos uns 6 a 10 meses depois de terem lançado lá fora.

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O pior é que até nos PCs a Asus anda tomando decisões estranhas.
Está meio difícil encontrar notebooks dela expostos nas vitrines do varejo físico (e pensar que o laptop que tenho dela só o tenho porque o conheci na vitrine de uma loja).
E, dentre as concorrentes, os preços dela não está lá aquela coisa, mesmo para os modelos de entrada dela.
E o marketshare dela nos PCs não é lá aquela coisa, embora nem o da Samsung é, mas considerando que fica muito atrás de Acer, Dell, HP e Lenovo, há de se duvidar se os negócios dela nos PCs estão realmente obtendo resultados satisfatórios.

Ou seja, parece que o problema da Asus não é só nos Zenfone.

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