Amazon vai encerrar função que permite baixar e-book no computador

A existência do DRM e a disponibilidade exclusiva na loja do Kindle permite que a Amazon exclua o livro da sua conta. Ela pode fazer isso (e já fez em vários casos) por questões de direitos autorais ou fim de acordos com editoras e autores.

É por causa desse tipo de situação que a pirataria precisa continuar existindo.

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Depois já disseram aqui que eu sou do contra. E sou mesmo, contra isso, mas enquanto tiver quem aceite isso sempre existirá.

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Bom, isso vai afetar principalmente os livros que são exclusivos da Amazon, ou seja: a grande maioria é um monte de fanfic ruim de romance onde o homem tem desvio de caráter (já colocam isso no título).

Livros que vendem em outras plataformas ainda poderão ser colocados no Kindle. E é a melhor coisa a se fazer desde sempre.

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  1. Engraçado que o blog onde fala que a Amazon pode remover conteúdo da sua conta também fala que ninguém mais usava essa transferencia, e quem usava, era para pirataria. [Download And Transfer For Kindle Books Discontinued On Feb 26 - Good E-Reader]
  2. “Você pagou pelo e-book, mas ele não é seu”, Bom… Paragrafo 1 dos termos de uso do Kindle, “Kindle Content is licensed, not sold, to you by the Content Provider”, em pt-br “O conteúdo do Kindle é licenciado, não vendido, a você pelo Provedor de conteúdo” [Kindle Store Terms of Use - Amazon Customer Service]

É ruim? Sim, mas você aceitou ao comprar na loja ou ao criar a conta :man_shrugging:t2:.

É uma situação bem complicada. Concordo que o ebook comprado deveria pertencer ao cliente. Porém sabemos que infelizmente muita gente aproveita essa função para quebrar a DRM e espalhar o arquivo pela internet em sites de pirataria de livros. Daí a Amazon perde vendas, os autores e toda a cadeia por trás do livro também não recebem pela obra.
Um dos meus grandes medos é ficar sem um livro que gosto. Então compro a versão para Kindle e se gosto muito, compro a versão física pra minha biblioteca. Se a Amazon me garantisse acesso aos meus livros digitais enquanto estiver vivo, a biblioteca no Kindle seria a única, cenralizaria todo meu acervo lá.

Se a empresa garantisse que nunca poderia apagar remotamente um livro que tu comprou, que no máximo ela poderia bloquear novos downloads, ai até concordo dela encerrar o acesso pelo computador visando o combate a pirataria, mas no momento ela só quer uma maneiro de apagar o conteúdo quando o contrato de licenciamento daquele livro vencer e ela não renovar ele para economizar dinheiro.

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Concordo, só usar como exemplo, as lojas de jogos de consoles (como PlayStation ou Xbox), eles até bloqueiam novos downloads de determinados jogos [seja por que o dev já cumpriu seu objetivo, como o Matrix Demo, ou por questões de direitos autorais, como foi o P.T. (Sillent Hills) no PS4], mas quem já tem no console, continua jogando normalmente, eles não vão lá e apagam remotamente do seu armazenamento interno…

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não é pq tem nos termos que é algo legal ou que faça sentido.

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não é pq não faz sentido que te da o direito de violar algo que você concordou. Oq era o caso para boa parte do pessoal que usava esse recurso, segundo o próprio blog que reportou isso.

Aí entramos no cerne filosófico da parada por assim dizer?

Idealmente, a gente protestaria sobre isso com o clássico voto com a carteira e a promoção de outras storefronts. Mas aqui temos um movimento onde leviatãs da indústria implementam tais restrições a ponto disso influenciar o mercado (e IRÁ influenciar, e quem acha o contrário é muito inocente. É só ver como anda o estado lastimável de mídias físicas pra música, vídeos, softwares e games por exemplo), fazendo o cerco se fechar tanto para consumidores e produtores destes conteúdos, impondo um “aceita esse modelo distópico que quero pra esse mercado que eu domino, ou jamais terá um serviço de qualidade”.

Neste cenário onde rola essa espécie de “soft monopólio”, onde concorrentes podem até existir, mas a mera existência do gigante faz a busca por alternativas mais difícil, o apelo à moralidade fica cada vez menos visado. Afinal, tais gigantes já estão sendo antiéticos com atitudes assim e o lema de “chumbo trocado não doí” fica cada vez mais condizente para aqueles que preferem ir contra isso por linhas tortas do que ser complacente a esta disparidade de controle.

A cada dia que passa, eu entendo cada vez mais o porquê da Lei de Gerson existir, e o porquê vejo-a ganhar escala global nestes tempos esquisitos, e infelizmente, cada vez mais compactuo com ela…

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Você não terá nada e será feliz.

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Simples, vamos comprar livros físicos, nas bibliotecas físicas, com dinheiro físico… quero ver me proibirem “bigthecs”.

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Por um lado sim, e não só está nos termos de uso como também aparece embaixo do botão de “comprar”:

Porém, você usou um argumento sobre o qual preciso contra-argumentar: o “você aceitou”…

Acaso houve aceitação no fazer parte da sociedade (qual a real aceitação do “contrato social”, quando e onde ocorreu)? Houve aceitação em nossa própria concepção e nascimento? Houve aceitação em nascer em um país específico (nasci no Brasil, quando foi que escolhi isso)? Houve aceitação em viver em um mundo onde meia dúzia de empresas representam o tal do “livre mercado” e inevitavelmente somos levados a escolher uma delas (olha só, que legal, uma “escolha”: seis ou meia-dúzia?) sob risco de ostracismo social? Acaso a mulher que morreu na Disneylândia aceitou sua própria morte só porque aceitou os termos da Disney+ quando era viva?

A “aceitação” cai por terra quando há uma única opção significativa (Amazon) e os escritores são forçados, pelo Efeito Network, a publicar suas obras pela Amazon, onde tanto o escritor quanto seus leitores serão mantidos em cárcere mercadológico, em um walled garden, onde a qualquer momento podem ter suas contas ou suas publicações removidas por causa dos “termos que foram aceitos” (e que podem mudar a qualquer momento, cuja mudança “também aceitou-se”). Há situações onde você é obrigado a aceitar os termos pra poder excluir a própria conta naquele serviço, pois a funcionalidade de exclusão de conta foi soterrada pela popup de “aceite os novos termos” sem um “recuso, remova minha existência nessa plataforma”.

Alternativas à Amazon até existem, como o Wattpad, pra que um escritor publique diretamente para seu público-alvo, só que elas não têm o mesmo alcance da Amazon. E não, não é trivial “faça o seu, seja concorrente” como muito ancap argumenta. Porque no final do dia, o escritor só quer poder ter seu conteúdo lido por aqueles que se interessariam pelo seu conteúdo, e o leitor, por sua vez, só quer poder ler aquilo que lhe traz conhecimento ou entretenimento ou ambos, a qualquer momento que ele desejar/precisar, em qualquer lugar. Mas o Efeito Network coage ambos a “escolherem” o maldito walled garden, porque a alternativa é cair no ostracismo social. Muitas vezes, inclusive, o escritor é obrigado a delegar a entrega do seu conteúdo para uma editora, outro walled garden. Não consigo ver a tal da “aceitação” em nenhum desses casos, onde na prática só há uma alternativa contrastada ao ostracismo social.

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Apesar de não comprar por não aceitar e por preferir o físico :joy:, eu iria falar antes sobre como está sendo feito o aluguel, vide parte do texto do @diegosilva, que mostra claramente na imagem que eles estão lhe vendendo colocando o nome de compre na opção de inserir o meio de pagamento, muitas outras palavras poderiam ser aceitas também com o termo “comprar” para se referir que você está fazendo a aquisição do produto, seja ele digital ou não.

Mas como eu prefiro comprar o físico, aí vou deixar pra lá :joy:

Vou apenas dizer:

“Fair use”

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Exato, lembro de e-books como o Kobo ou BOOX, mas aí a força de “monopólio com falsa concorrência” faz com que o Kindle domine o mercado, inclusive, algo similar ao que acontece com o Google, pois, usando sua citação amigo…

…é o que acontece com o Google, afinal, tu acha que algum site vai recusar que seus dados indexados sejam usados para treinar o Gemini, se, caso faça o opt-out, você também deixa de ser indexado no Google? Que aí entra na mesma, que na teoria, tem concorrentes (como Bing ou DuckDuckGo), mas a força da liderança do Google, impõe você aceitar as “preferências” da empresa!!

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Não quero soar rude, ou que estou caçoando do seu comentário, mas o primeiro parágrafo foi digno de um alucinógeno kkk. Embora eu entenda seus argumentos.

Mas concordo contigo, muitas das vezes não há escolha para quem publica ou consome, que “fazer um igual” não é um argumento válido (embora seja liberal), mas poxa, o Kobo é um bom concorrente e tem uma biblioteca gigante, embora utilize da mesma estratégia de licenças.

Oque levanta o questionamento se a licença é puramente das lojas, afinal, qual a diferença para a Amazon em disponibilizar o livro indefinidamente, nenhuma, ela faz a grana dela da mesma forma. Talvez a editora é que seja a “vilã”.

Exato. Não só big techs, isso é algo que também tá acontecendo, por exemplo, no Reddit (pegando um gancho do outro tópico sobre a “paywall” do Reddit), que tem um Efeito Network parecido: o Reddit usa e toma posse do conteúdo dos usuários, ao ponto inclusive de que muitos usuários excluíram suas postagens lá antes de excluírem suas contas, mas aí o próprio Reddit “restaurou à força”, sem o consentimento dos usuários…

Vou dar o exemplo da Steam vs. GOG, devs indie vs estúdios de jogos. A Steam faz algo similar à Amazon, “licencia” jogos (portanto, não os “vende”). A qualquer momento, um jogo pode sumir da biblioteca, isso está “previsto” nos “termos”. A GOG, por outro lado, vende os jogos: são seus, nem a própria GOG pode tirá-los de você, porque você recebe o direito inalienável de baixar o jogo pro seu PC e instalar em quantos PCs você quiser. Só que a GOG não tem a mesma visibilidade da Steam, que é muito mais falada e conhecida.

Acontece que muito jogo é feito por devs indie, geralmente um nerd solitário. Quando um dev indie cria um jogo, ele precisa divulgar e distribuir. Isso é particularmente complicado se a pessoa não tem amigos pra ajudar a divulgar, porque postar nas redes sociais vai facilmente cair no esquecimento do feed público (ou até ser shadowbanned pela rede porque envolve um link pra um software). Outra opção é publicar em plataformas alternativas, como o GOG, mas novamente, não terá um grande alcance.

As duas opções que restam são Steam (e, portanto, “aceitar” um walled garden que a qualquer momento pode decidir não mais distribuir aquele jogo), ou “vender” (entregar) o jogo para um estúdio. Nesse último caso, o desenvolvedor até ganha uma grana, mas quem vai ganhar dinheiro mesmo é o estúdio, que pode mexer no jogo e adicionar microtransações e enshittificá-lo, fazendo do jogo uma outra galinha dos ovos de ouro.

Nesse último caso, também, o estúdio acaba por fazer o mesmo papel de uma editora para um escritor, comprando os direitos daquela obra e podendo modificar porque o escritor assim “aceitou”. Muitos jogos famosos inicialmente eram indie e então foram comprados por um estúdio grande, para serem amplamente modificados e toda a intenção original do dev original removida.

Essa remoção de intenções originais é também que acontece com editoras: o escritor tem uma intenção inicial com aquela obra que o estúdio não entende, vai lá e remove a intenção original. Essa obra aqui é um notório exemplo disso: um livro com o nome de “Roube esse livro” (de Abbie Hoffman), na Amazon por catorze dólares pra que os leitores não tenham o livro pra si e sim um “direito de acesso temporário”. Dá até pra se dizer que a Amazon fez o que o título pede, Bezos roubou o livro e agora “vende seus direitos de leitura” rs

Eu sou meio “fora da curva” mesmo. Se olhar minhas outras postagens e comentários aqui pelo Tecnoblog, vai ver que eu frequentemente trago temáticas, conceitos e pontos geralmente inesperados para um fórum de tecnologia. Assim, tento enriquecer o debate com pontos além do tecnológico.

No caso ali do meu contra-argumento, é que não me apraza o fato de que muitos princípios da existência (se não todos) não são escolhidos (são determinados por múltiplos fatores, do cósmico ao atômico, e nem entro no mérito esotérico/espiritual/metafísico da coisa como Arcontes e afins) mas são pintados pelo antropocentrismo com um verniz de “algo que é passível de aceitação” (isto é, um suposto “livre-arbítrio”). Tentei não divagar nos argumentos pro lado cósmico-esotérico, mas é algo (niilismo e determinismo) que está enraizado em minhas ideias atuais, então inevitavelmente acabo mencionando.

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Isso parece contornável copiando o arquivo do Kindle pro computador.
Ou usando o app do Kindle pra computador. :person_shrugging: