A Lei de Moore e seu inevitável fim

Na verdade não estamos assistindo ao “fim” da Leu de Moore, somos contemporâneos de um fato inusitado: a derrocada da TI enquanto esta é implacavelmente engolida pela própria Lei. A Lei de Moore venceu a TI que não conseguiu, não consegue e tampouco conseguira evoluir ao ritmo prescrito pela famosa Lei. É isto. Estamos presos a uma ciência da computação arcaica erguida há mais de meio século, recauchutando isto em pleno século 21 - do qual praticamente 1/4 já se foi. Pela frente nenhuma solução, nenhuma revolução. Processadores quânticos? Só alegações, nada de fatos. Não me admira, não é possível conceber lógica computacional em cima de algo que, por incapacidade de compreensão, afirmam ser estatístico e probabilístico. Mas um dia isso se revelará diferente, daí uma verdadeira computação a nível atômico emergirá.

Certa vez li um artigo de uma revista (coisa dos anos 90) em que demonstrava um chip feito totalmente de estrutura cristalina manipulando diferentes comprimentos de onda, parecido com os sistemas DWDM de hoje. Mas ao contrário dos chips convencionais, os transistores regulavam o sinal de forma parecida com os espelhos, a interação entre os terminais era puramente óptica.

Não lembro o nome da revista nem os autores do artigo, mas aquilo era definitivamente avançado pra mim, um sistema óptico alimentado por uma quantidade ínfima de energia e que dispensava o uso de dissipadores. Fico imaginando o poder de um dispositivo assim nos dias atuais, um processador com latência ultra baixa e largura de banda tecnicamente ilimitada.

1 curtida

tu acha que as coisas evolui assim, rápido?

Que artigo bacana este da antiga revista. Eu também adoraria conhecer.

Sabe, às vezes penso que praticamente toda e qualquer pesquisa laboratorial sobre nova forma de fazer computação seja praticável. O que impede são as amarras econômicas no entorno dos processos clássicos estabelecidos há décadas. Afinal, ninguém na indústria está disposto a impedir que aquela nova fábrica de chips que custou bilhões de Dólares seja fechada antes que as vendas dos produtos ali fabricados retornem lucro após cobrir o custo inicial, certo? E também nenhuma universidade está disposta a arcar com a perda de mercado estudantil de graduação de peritos em Ciência da Computação, não é?

Provar em pesquisa que uma nova forma de conceber computação é possível esbarra inevitavelmente na implicação de abandonar tudo que já está em operação há décadas fazendo as fortunas e conformismo de quem aprendeu a se estabelecer neles.

1 curtida

Pois é, enquanto rende dinheiro e funciona tá valendo. Seria disruptivo e oneroso tentar novas tecnologias abandonando as mais conhecidas, mas pense bem: a fantástica computação quântica começou de alguma forma, talvez ela não chegue aos nossos lares em menos de 10 anos e ainda tem muito pra ser descoberto.

Foi assim com os sistemas ópticos e será assim na computação como um todo, quem sabe as crianças do futuro olhem pro passado e percebam o quão trabalhoso é criar tecnologias.

1 curtida

Sim, mas sobra a quântica eu gostaria de compartilhar meu ponto de vista. Por mais que isto me faça parecer determinístico, quero deixar claro que acredito no potencial do átomo para computar informação. Mas não pelas vias concebidas até aqui.

Objetivamente, o problema é a própria ciência da física quântica, descreve um microcosmo probabilístico. Será assim mesmo como funciona ou apenas estamos limitados pela nossa credulidade acerca da acuidade das medições? Eu acredito que no que se refere a física quântica, algo precisa emergir no entendimento preciso desta escala da matéria e que ainda não foi alcançado. Portanto tudo que foi escrito até agora estaria, nesta linha de raciocínio, invariavelmente equivocado. Vale lembrar que durante todo o século XVII e XVIII estudos acadêmicos sérios erigiram um vasto conhecimento sobre a natureza da eletricidade e seu mecanismo, mas não propiciava nem de longe cogitarem a concepção de uma simples lâmpada elétrica incandescente; somente os estudos avançados - novas ferramentas e técnicas - levadas ao campo de pesquisa no século XIX é que finalmente tornou concebível a primeira lâmpada elétrica incandescente.

O que quero dizer é que o conhecimento sobre eletricidade antes estava permeado de ilusões e até misticismo, sob o ponto de vista prático, mas era tido como ‘o mais próximo da verdade’ acerca do tema eletricidade simplesmente devido ao status dos nomes por quem, e os meios, onde era estudado para depois ser publicado em uma enciclopédia de prestígio. Mas tudo aquilo cedeu sob a pressão da verdade tão logo uma revolução no pensamento, a inflamada característica do século XIX no engajamento pelo desvendamento dos mistérios ocultos da natureza, pôs-se a repensar e reavaliar tudo o que havia sido feito pelos trabalhos anteriores sobre a eletricidade. E eis que as lâmpadas acenderam pela primeira vez. Portanto, ao que se refere a computação quântica real, a meu ver nós estamos no equivalente àqueles dois séculos anteriores ao da lâmpada de filamento incandescente, ou seja, temos um monte de grotescas “leis” que não descrevem a verdade e que por isso ainda não surgiu uma computação atômica prática.

Ah sim, as reivindicações existem aos montes mundo afora, de empresas dizendo deterem avanços na computação quântica, mas nada que sirva de verdade. Até mesmo a definição do processo computacional a nível de partículas elementares carece de texto, e que por causa de sua falta… bem, cabem alegações mil.

Não sou cético, apenas aceito os fatos. Eu creio que uma computação executada em átomos seja possível e que um dia estará ao nosso alcance prático. Mas isso será somente a partir do momento em que começarmos a eliminar as bizarrices elementares, até então aceitas simplesmente porque não temos ferramentas exponencialmente mais precisas para contrabalançar o que foi medido até hoje. Não, um mundo macro como este da nossa experiência cotidiana definitivamente não se apoia em elementos probabilístico, que hora são ou estão e num instante seguinte não são nem estão. Isto não explica, embora entretém.

os fatos ainda nem aconteceram

o primeiro computador digital é da metade da década de 40, usava cartão perfurado para gravar no máximo 20 números e pesava 28 toneladas.

passaram se quase 80 anos para cada ser humano andar com um desse no bolso ou no braço fingindo que é um relógio que são sei lá quantos milhões de vezes mais rápidos.

Do primeiro até hoje, tanta tecnologia foi desenvolvida ou criada, os trânsitos que são tão comuns hoje em dia em que cabe bilhões em um espaço menor que uma moeda, foi inventado depois do primeiro computador digital.

talvez, para o computador quântico se torna o que um computador é hoje, ainda precisam criar uma nova tecnologia a partir de um novo material ou de uma nova engenharia.

1 curtida

Excelente comentário!

De fato o que você disse sobre o avanço do conhecimento científico é inquietante, a própria espécie humana é baseada em experimentações, foi assim durante milhares de anos migrando pelos continentes. Impressionante a capacidade humana de se estabelecer utilizando ferramentas rudimentares baseadas em pedra, madeira, ossos, couro…

Sobre a eletricidade, faz sentido. A eletricidade foi usada como entretenimento no século 19, não apenas em sentido místico mas também político e de outras (sem comentários) formas.
É impossível não falar dos grandes feitos sem mencionar Tesla e Turing, o primeiro revolucionou o uso da eletricidade e o segundo, a informação.

As tais amarras que você citou anteriormente não dependem apenas de fator econômico, dependem de questões políticas e culturais. Tendemos para a estabilidade e aceitamos as condições quando o ambiente é favorável ou quando nossos próprios limites nos obrigam. Por que alguém iria querer trocar um celular básico que ainda serve aos nossos usos por um modelo top de linha muito mais caro que faz exatamente as mesmas coisas?

Perceba que estou expondo meu ponto de vista sobre o consumo e é exatamente isso que rege a sociedade moderna, um computador mais potente não é necessariamente melhor pra todos. No meu caso, qualquer PC básico com tecnologia recente vai me agradar pois meu padrão de consumo não é “heavy user”, mas eu posso mudar e o PC não.

Sobre computação em nível atômico, novamente está certo. Ainda não entendemos os átomos direito, nosso entendimento é baseado em comutadores elétricos (justo a eletricidade), se tivermos sorte os próximos processadores a conquistar o mundo serão baseados em carbono ou em propriedades ainda desconhecidas de materiais sendo pesquisados hoje.

Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br

1 curtida

Entendi o que disse, aliás bem colocado.

Sobretudo, veja bem. Sim, concordo que uma nova arquitetura de computação com a quântica precisa de tempo para se aperfeiçoar e que leva décadas. Totalmente de acordo com isso, verdade. Mas o que eu tentei explicar é sobre a possibilidade de uma “condição incompleta” da própria física quântica, que por causa disso uma computação quântica ainda não consegue emergir satisfatoriamente. Talvez por isso os avanços tem sido pífios.

Se isto for verdade, a computação atômica só se tornará viável, não por questões econômicas, mas sim após as devidas correções na mecânica quântica forem aplicadas, mas para isso deverão antes ser identificadas ou senão reconhecidas. Resolvido todo este mistério, depois sim, a computação quântica caminhará firme e precisa durante décadas aperfeiçoando materiais, técnicas, solucionando desafios e barateando por fim.

Obrigado. Procuro discutir tais temas de modo a fazer as pessoas repensarem. Não me tolho na expectativa de que isso é de alguma forma útil ou não, só sei que o comportamento do público acerca da tecnologia deva ser considerado porque é para ele que tudo é feito, o propósito final são as pessoas.

Ainda tecendo mais linhas sobre a quântica, é bom saber que aparentemente alguma coisa está sendo feita para revisar esta velha senhora centenária. Após tanto tempo ainda permanece atada nos resultados dos primeiros experimentos, não é? Mas eu identifiquei que em 3 ou 4 ocasiões a partir do ano de 2010, aproximadamente, alguns pilares de lei da mecânica quântica foram sensivelmente abalados por novos experimentos munidos de novas ferramentas. Basicamente refizeram experimentos clássicos de uma forma atualizada, como mencionei, e os resultados esperados foram parcialmente frustrados. Ou seja, algo desviou do ponto esperado nos resultados das medições, e isto reforça indícios de que talvez a física quântica esteja realmente presa num estado de autoilusão involuntária devido a inadequação dos meios usados até então para gerar resultados.

Um desses, me lembro vagamente, pôs em cheque a quela máxima da mecânica quântica que afirma categoricamente que ‘não se pode medir velocidade e posição de uma mesma partícula elementar num dado mesmo instante, ou se mede velocidade em detrimento do desconhecimento da posição ou vice-versa’. Bem, em algum momento há menos de uma década e meia atrás uma medição obteve os dois valores de uma mesma partícula. E eu entrei em estado de êxtase quando li a matéria, pois sou apaixonado pela ideia de a física quântica estar sendo tratada mais como algo sagrado do que verídico, justamente pela precocidade tecnológica em averiguar o mecanismo do universo nesta escala tão diminuta. Algo comparativamente como se tentássemos comer um espaguete usando gigantescas pás de uma escavadeira daquelas de mineração em montanhas, sabe? É grotescamente desajeitado, pra não dizer inadequado, para o intento pretendido.

Outro experimento também recente arranhou o verniz do brilho poético sobre a descrição do comportamento das partículas quânticas, que teriam a suposta características de hora aparecerem e desaparecerem de acordo com uma presumidas flutuação de energia da matéria em escala subatômica. O tal experimento demonstrou, aparentemente que não é bem assim. Submetido sob uma varredura menos invasiva e potencialmente mais rápida, as partículas tenderam a se comportarem desafiadoramente mais previsíveis, escapando de fato da proximidade das leis probabilísticas costumeiramente atribuída a elas. E isso é fantástico!

Mais e mais pilares erigidos pela física quântica deverão ser abalados implacavelmente ao longo das décadas e se mais pesquisadores se juntarem nesta causa, sem medo e repletos de vontade visionária, os pilares da mecânica quântica tradicional terão sido todos postos abaixo antes do final deste século. E uma nova E COMPLETA física quântica terá nascido. Eu acredito e anseio por este dia, de um modo que não faz ideia. :smiley:

e isso leva tempo, muito tempo.

um computador não é mais do que um conjunto de problemas já resolvidos, estudos já feitos, descobertas já feitoa e todas a bastante tempo.

computador quântico esta sendo feito agora, lá por final da minha vida, quando estiver perto de morrer, devo comprar um kkkkkkk infelizmente é isso

Na minha torcida também, que ao menos até o final de nossas vidas possamos testar um computador quântico. Só vou discordar de um detalhe e reforçar minha tese: a física quântica está incompleta ou quiçá errada em sua quase totalidade. Computadores quânticos reais não concebidos em cima “desta mecânica quântica clássica” e sim em cima de uma nova e verdadeira onde as partículas demonstrem terem se comportado esse tempo todo sempre de forma previsível e calculável. Pois se átomos são feitos de partes cujo comportamento e existência são apenas prováveis, incertos, estatísticos… o próprio mundo de nossa escala cotidiana também deveria ser. Mas não, ora confira, ao acordar todos os dias pela manhã a mesa e as cadeiras da cozinha estão exatamente onde devem estar e eu as deixei na noite anterior antes de ir dormir; a Lua sempre percorre sua órbita previsível e calculável de tal modo que se houver alteração devido a interação com outros corpos celestes até isso será previsível pelas leis da matemática. Tá, a mecânica quântica é descrita por matemática mas está mais para um contexto criativo do que objetivo, devido ao fato de que tudo o que é palidamente observado com nossas mais avançadas ferramentas, mas ainda insuficiente para alcançar toda a verdade clara acerca do átomo, nos retorna resultados tão confusos que tendemos a completar os fatos com singela criatividade de ficção científica.

Eu vou ficar com Einstein, “a física quântica está incompleta e Deus não joga dados”. Pois bem, se é assim, depois desta “versão alfa dos primórdios do estudo atômico” (que é como eu chamo), a física quântica do futuro próximo, e verdadeira, encherá páginas do livro do conhecimento com verdades previsíveis sobre o átomo e seus elementos constituintes de modo a permitir finalmente começar a conceber de fato o computador quântico, uma máquina lógica que demanda uma única e simples coisa para funcionar direito: ser baseado em elementos racionais e não probabilísticos.

Sinto por insistir nisso, mas estamos aqui para o debate mesmo. E este um tema acalorado e eu adoro. Abraços.

1 curtida

Pois bem, não vou prolongar o discurso. Sinto a mesma coisa quando acompanho notícias sobre ciência, fico estranhamente animado quando divulgam avanços científicos importantes.

Gostaria de ir além e especular de forma ousada que essa estagnação científica só seria vencida se a humanidade abandonasse sua condição material (3D) e focasse seus esforços no mundo das partículas subatômicas que segundo os cientistas, não respeita as leis naturais.

Este tópico foi fechado automaticamente 365 dias depois da última resposta. Novas respostas não são mais permitidas.