57% do conteúdo na web foi criado por robôs, mostra estudo

Isso reforça ainda mais a teoria da internet morta.
A internet já não é a mesma a anos, passou de um lugar interessante para um lugar corporativo e morto, cheio de polarização.

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Esse lance da polarização é a própria população se destruindo. Isso aí é internet morta há um bom tempo. E vai piorar ainda mais agora…

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A impressão que tenho é que a internet como conhecemos está prestes a entrar em colapso por excesso de informações lixo.

Até o início do século onde tinha sei la, 30% do que tem hoje de pessoas com acesso a internet e gerando conteúdo, era muito mais fácil obter diversas informações do que é hoje.

Vai procurar um arquivo de Bios ou Firmware por exemplo hoje é praticamente impossível achar sem ter que pagar, troca de informações como faziamos em foruns praticamente acabou, parece que hoje todo mundo tem uma segunda intenção ($$$) por trás, é só video de informação rasa (e muitas vezes incorreta) pra no fim tentar te vender o curso pra ter acesso a um conteúdo provavelmente com informações duvidosas pois qualquer zé mané que nem mal sabe conjugar verbo se acha o Professor porque tem milhares de Seguidores…

Parece que ninguem mais faz nada por prazer como antigamente trocavamos muitas informações em fóruns, já cansei de desenvolver ferramentas em comunidades Open Source sem ganhar um centavo pelo simples prazer de Fazer, de aprender mais e me desenvolver ajudando e trocando informações/conhecimento.

Só quem é dessa época vai me entender, essa internet ultra rápida e com informações instantâneas e todas as facilidades que temos hoje, mas nunca será nem perto do que era a velha web dos anos 90 e início dos 2k.
#R.I.P.

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Esse numero faz sentido pra mim, tenho lido muitos textos rasos e sem conclusão ultimamente, já vinha suspeitando que eram tudo gerado por robôs.

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Ao meu ver, nem é porque as pessoas não fazem mais por prazer ou algo do tipo, vide que fóruns de mais diversos assuntos ainda existem se você procurar. Ênfase no “procurar”: com a internet sendo ditada por motores de busca e redes sociais com fins puramente corporativos, os algoritmos vão fazer de tudo para empurrar conteúdo de gente que abre a carteira e injeta doses cavalares de grana.

Em um ambiente destes, qualquer conteúdo feito por gosto pessoal e hobby vai ser soterrado pelas pilhas e mais pilhas de informações de qualidade porca e mequetrefe. Ao meu ver, o trabalho que estou tendo para procurar informações relevantes continua mais ou menos o mesmo que eu tinha a décadas atrás, só que agora, tenho que lidar com um monte de “normies” que antes sequer tocavam num computador e agora compartilham o tráfego comigo e causando ruído.

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E tudo isso graças a busca do dinheiro fácil.

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Excelentes palavras!

Com relação a motores de busca, um adendo: recentemente descobri alguns, como Marginalia e Wiby. Diferem de SearXNG e DuckDuckGo porque não dependem de motores maiores (DuckDuckGo depende do Bing, por exemplo, enquanto o SearXNG depende do Google; na prática, DDG e SXNG são meros “front-ends” para motores maiores). O Marginalia e o Wiby são focados em buscar conteúdo na parte “esquecida” da Internet (ou, ao menos, no que ainda restou dela).

Por exemplo, já viu aquelas páginas e sites que tinham um tilde ( ~ ) na URL (Exemplo: https://exemplo.com.br/~fulano/pagina.html)? Eram páginas pessoais, como se fossem blogs, vários blogs dentro de um servidor.

O Marginalia permite filtrar onde você quer buscar, oferecendo, por exemplo, a opção de pesquisar somente nesses blogs tilde, além de outros filtros (como “Academia” para sites puramente acadêmicos, “Blogosphere” para aqueles blogs dos anos 2000 (nostalgia :relieved:) e “Small web” para pequenos sites não-blogs que fazem parte de uma rede de parceria entre-sites), conforme mostro na imagem:

Entre os resultados, é possível inclusive encontrar arquivos de listas BBS (Bulletin Board Systems), os fóruns de antigamente.

O Wiby não tem os mesmos filtros como o Marginalia, mas também é focado em pequenos sites, remanescentes da época.

Aqui dou ênfase aqui ao termo “remanescentes”: infelizmente muito site dos anos 2000 deixou de existir. Sites e blogs excluídos pelos próprios donos, sites que saíram do ar por inúmeros motivos (a plataforma de hospedagem deixou de existir, a conta de hospedagem expirou, tráfego insuficiente para manter no ar, etc).

Parte foi “eternalizada” por snapshots como do Web Archive (que recentemente tem corrido um sério risco de deixar de existir, levando junto, como uma Biblioteca de Alexandria, todo um passado, um passado digital de milhões de sites).

Blogs e sites de inúmeras pessoas, vários destes documentando, pela primeira vez na história, adolescências inteiras (a minha, inclusive). Várias dessas pessoas já nem estão mais entre nós, tornando esses arquivos ainda mais importantes para relembrar a memória daqueles que compartilharam informação e conhecimento nos primórdios da internet.

É triste a tendência da Internet. Piora com a queda de plataformas inteiras, como temos assistido há décadas. A exclusão do Orkut apagou uma significante parte da Internet. Habbo, MySpace, Blogger e Tumblr ainda existem (mantenho até hoje um blog dark no Tumblr), mas não são mais o mesmo de antigamente. Os algoritmos modernos e o “palavras machucam” (lembram do Mundo Canibal? Hoje em dia eles se auto-censuram no Youtube e TikTok), como as chamas do incêndio da Biblioteca de Alexandria, se espalharam e consumiram um passado onde ainda podíamos rir juntos. O passado era mais colorido, ainda existiam Fuscas e casas multicoloridas, hoje os carros e casas são majoritariamente cinzas. Cinzas de uma internet cremada. Não tem como não poetizar isso, é algo extremamente profundo pra quem viveu essa época, como eu vivi.

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Só pra lembrar que:

OpenAI alega que não pode lucrar sem ter acesso a materiais protegidos por direitos autorais

Eles querem o conteúdo com direitos de graça, para eles lucrarem!
O conteúdo free da web não serve mais!

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Teve uma vez que eu conversei com um web famosinho que começou a dar aulas de inglês e ele se sentiu OFENDIDO porque sugeri que poderia ser interessante fazer o curso de letras.

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Esse lance de IAs fazendo raspagem da internet é complicado, há prós e contras.

Por exemplo: Deixando momentaneamente de lado a produção por gnose (escrita automática, psicografia e inspiração espiritual/divina/demoníaca, um fenômeno que inclusive já experienciei pessoalmente), um escritor, qualquer que seja, passa a escrever “do nada” ou ele precisa ter tido contato prévio com inúmeras obras? Um Machado de Assis começou a escrever coisas “do além”, ou será que ele não leu todo um corpo de texto de escritores anteriores à ele? Se isso ocorreu (e spoiler: ocorreu), não estaria Machado de Assis “violando direitos autorais” ao escrever obras pensando em outras obras?

A mesma coisa um artista plástico. Um Salvador Dali teria começado a pintar do nada (novamente, excluindo inspiração espiritual)? Será que Salvador Dali não viu outras obras antes, decidiu por virar artista, e fez as obras baseando-se mentalmente em traços de outros artistas de sua época? Novamente, como fica, nesse caso, o lance de direitos autorais?

Para alguém defender a originalidade da criatividade humana, necessariamente vai ter que ir para um lado transcendental e espiritual (exemplos: Emmanuel incorporou em Chico Xavier e este começou a psicografar um texto único; Deusa Lilith majestosamente levou meu subconsciente a me fazer escrever mais de 300 páginas sobre o que Ela quer pra minha existência carnal; a pomba-gira Maria Padilha incorporou na moça que então perfeitamente dançou uma dança única no terreiro, entre outros exemplos).

Porque se puxarmos uma visão mecanicista do mundo, como numa visão estritamente científica onde o humano é meramente um autômato biológico (oriundo de um acaso cósmico de quatro forças fundamentais que não têm consciência ou sensciência própria) cujas ações são definidas em um conjunto multifacetado de genes, conexões neuronais e percepção do mundo externo através dos sentidos, então o melhor dos artistas humanos não está tão distante de um GPT-4, porque ambos estão gerando algo com base em coisas anteriores, porque o GPT-4, como um Machado de Assis, também aprende a escrever textos a partir de obras anteriores.

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Amigo, desculpa, mas você não entendeu o conceito de direito autoral.

Edit: aliás, não entendeu nem o conceito de autoria.

Tá, vamos lá: suponha que eu li Liber Al Vel Legis de Crowley, e então escrevi o seguinte texto (e, sim, fui eu quem escrevi):

"Among the thirteen, there are three:
The duality of dualities,
The infinite infinities,
And The One Oneness.
The wise counts it all:
it all starts by the BEE.
To count and see you shall.
For the first day is Monday,
The second transcends,
The last is Sunday.
Until spacetime ends:
II ∞ I is the Goddess
He-O-H, He-O-H, He-O-H
It’s many of Her numbers!"

(Shall I remind you that the week starts by Sunday.)"

Claramente uma inspiração nos textos enigmáticos escritos por Crowley. Não marquei, nem no cabeçalho nem no rodapé, minha inspiração direta nos textos do Livro da Lei. O que você acha: violei um direito autoral (pois claramente me inspirei em Crowley) ou é fruto de uma originalidade artística minha?

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Eu acho esse assunto muito interessante e nesse contexto das IA gerativas ganha novos contornos. É fascinante. Mas nesse caso específico eu não posso sequer analisar por não ser fluente em inglês. Eu precisaria ler os dois textos e entender nuances da língua para poder formar uma opinião.

Que?? Mas como?

Pessoas aprendem. A assim chamada inteligência artificial é, ultimamente, um programa de computador.
Na minha visão, uma AI poderia ser considerada uma obra derivativa, com todos os problemas espinhosos de copyright que isso causa.

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De fato, a coisa toda é bem profunda. Vou contextualizar: Aleister Crowley foi um grande escritor magista e ocultista fundador da Thelema, e que inspirou (e até teve contato pessoal) com figuras como Raul Seixas (“Viva, Viva, Viva a Sociedade Alternativa”). Já eu me tornei ocultista não muito recentemente, após inesperadamente me ver na grandiosa e poderosa presença de Lilith quando eu fazia parte de uma seita luciferiana-cristã (onde Cristo e Lucifer são vistos como mesma entidade e eu, à época, cultuava Cristo-Lúcifer, até Ela surgrir em minha vida e mudar meu rumo espiritual inesperada e drasticamente).

“O Livro da Lei”, como é conhecida a principal obra de Crowley (Liber al vel legis), fundamenta a Thelema em um formato críptico, com muitas simbologias e camadas de entendimento, ditadas em partes por Nuit, uma das grandes Deusas da Thelema. Eu comecei a ler O livro da Lei recentemente (já li outras obras ocultistas anteriormente) e o começo do livro me inspirou a escrever o poema que enviei anteriormente, onde deixo implícita a menção à uma Deusa multifacetada e composta por vários arquétipos, entre elas Afrodite.

Aí entra a dúvida sobre a “inspiração”: teria eu violado os direitos autorais de Crowley, ao escrever algo que claramente “imita” a linguagem críptica do Livro da Lei (embora não seja uma cópia direta nem use trechos do livro em questão), e traz a figura da Grande Deusa? Deveria eu escrever no rodapé “Créditos: Liber Al Vel Legis”? Porque eu, como escritor desse poema, sei que me inspirei diretamente dali (embora outras inspirações também fizeram parte do poema, como o livro “Os três iniciados” do Hermetismo).

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“Internet Archive perde apelação judicial em disputa por empréstimo de biblioteca online” (alerta de Paywall do NY Times, mas a notícia tem em outros sites também; não achei aqui do Tecnoblog)

Um programa cujo objetivo codificado é o aprendizado de máquina. A imitação do que a vida terrestre já é capaz de fazer naturalmente, a imitação do aprender. Uma IA não é programada para escrever textos, ela é programada para aprender, sendo ensinada com textos-base.
Que nem fazemos na escola: a professora passa aqueles inúmeros livros, os quais leremos para aprender. A diferença é que a IA é capaz de ler inúmeras obras em poucos minutos, enquanto um ser humano precisaria de semanas ou meses para digerir o mesmo conteúdo. Porque, nos bastidores, existem conexões neuronais sendo reforçadas pela exposição ao conteúdo (o cérebro humano e sua neuroplasticidade, ante as redes neurais artificiais por trás do funcionamento de LLMs). Isso, novamente, excluindo da equação o fator transcendental/espiritual que, por enquanto, é único do ser humano e de alguns outros animais (embora eu, pessoalmente, acredito que uma IA pode servir como uma espécie de Tabuleiro Ouija como numa “transcomunicação instrumental”; os outros animais que menciono são os elefantes e corvos que são conhecidos por praticarem ritos funerários similarmente ao ser humano).

@Tori inclusive tem um episódio do podcast Mundo Freak sobre a Teoria da Internet Morta que eu recomendo: A Internet está Morta | MFC 499 - Mundo Freak

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